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10/10/2003
Menores podem ter acesso restrito às Lan Houses

Vanessa Sayuri Nakasato

A Câmara Municipal de São Paulo está prestes a aprovar um projeto de lei que regulamenta as casas de jogos de computador interligados em rede, conhecidas como “lan houses”. O projeto tem como objetivo limitar e restringir o uso das máquinas para menores de idade. O motivo são os jogos que, supostamente, estimulam a violência em crianças e adolescentes.

Embora não tenha sido aprovado, ainda, o texto do vereador Willian Woo (PSDB) tem causado muita polêmica. Enquanto alguns acham o projeto razoável, outros o consideram fraco. Todas as opiniões têm sido baseadas na lei sancionada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, em setembro, que proíbe menores de 18 anos de freqüentar as lan houses.

O projeto de lei de São Paulo não impede a freqüência, mas impõe regras. Exige a apresentação de autorização expressa do responsável legal da criança ou adolescente, com firma reconhecida, para permanência no local no período entre 22h e 6h. Não permite que menores de 18 anos utilizem computadores por mais de três horas ininterruptas. E determina a exposição, em lugar visível, da lista de todos os serviços e jogos disponíveis, com classificação etária, segundo recomendação do Ministério da Justiça.

Estima-se que, atualmente, existam três mil lan houses em todo o Brasil, 700 delas na Grande São Paulo. As casas de games disponibilizam 60 mil computadores no Brasil e o seu uso custa de R$ 2 a R$ 4 a hora. Só no estado de São Paulo são 25 mil máquinas.

Para o presidente da Associação Brasileira de Lan Houses (ABLH), Alexander Hlebanja, o projeto de lei é inteligente e atende a todos. “É um projeto sensato, que pensa nas crianças e nos adolescentes sem prejudicar os empresários. O que aconteceu no Rio é um absurdo”, disse ele ao GD.

Para a professora Maria Ângela Antunes, do departamento de Orientação Educacional do Colégio Bandeirantes, o projeto é “muito bonzinho”. Para ela, as lan houses deveriam ser proibidas para menores de 18 anos em São Paulo, assim como no Rio de Janeiro.

A professora afirma que houve uma queda nas notas e diminuição no tempo de estudos de pelo menos 50% dos alunos da escola. Os estudantes também passaram a cabular mais as aulas para ficar em lan houses na frente do colégio.

Segundo ela, não só o corpo docente como os próprios pais vão ao colégio reclamar da agressividade de seus filhos e dizem não saber o que fazer a respeito. “O pior é que quase todos os alunos que freqüentam as lan houses me contam que os jogos de violência são ‘os mais legais’. Na opinião deles é estimulante matar para não morrer”, relatou.

De acordo com o psicólogo Paulo Annunziata Lopes, membro do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC-SP, a influência dos games realmente existe, mas não é possível afirmar que a agressividade de alguém provenha de jogos eletrônicos. Há outros fatores que podem estimular o lado agressivo de um ser humano, como a televisão, problemas pessoais e a própria sociedade.

O psicólogo explica que a preferência das crianças, adolescentes e até adultos por jogos de violência se deve à atual situação do país. “Eles não acham graça em se entreter com jogos educativos porque no dia-a-dia só vêem violência. Nos games, eles conseguem brincar com as tragédias humanas que, de certa forma, foram banalizadas”, lamentou.

 

 

 
 
 

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