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Dia 08.06.01 às 15h10min
 

 

Trabalhadores se unem em cooperativas para resgatar a dignidade

Cristina Veiga
Equipe GD

Economia solidária. Essa maneira que os trabalhadores estão encontrando para sobreviver está resultando na redução da desigualdade social no país. Eles se organizam em cooperativas populares e transformam o que antes era um meio de sub-existência em um meio de vida. Orientados primeiramente pela Igreja e hoje também por acadêmicos e voluntários dos mais diversos setores, os cooperados estão iniciando uma verdadeira revolução no país.

É o que pensa o economista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paul Singer. "Algo está acontecendo nesse país", constata ele, com um ar de entusiasmo. Ex-secretário da então prefeita paulistana Luiza Erundina (então no PT), ele agora é coordenador da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP e do Programa de Economia Solidária da Fundação Unitrabalho da PUC/SP.

A fórmula em si não é nova. A novidade está no crescente número de trabalhadores, dos mais diversos setores, estarem se organizando em cooperativas. Já existe até associação nacional dos trabalhadores de empresas auto-geridas. Ainda não se sabe o número de cooperativas ou o montante de trabalhadores envolvidos nessa nova forma de trabalho.

"As cooperativas se multiplicam pelo país e com tal uma rapidez, que não temos números certos", disse Singer na palestra feita na Conferência Nacional 2001 - Empresas e Responsabilidade Social, organizada pelo Instituto Ethos. Assim como as cooperativas, as incubadoras universitárias são formadas a cada dia para tentar acompanhar o movimento social. Eles devem, inclusive, começar a ser "exportadas" para a América Latina "porque parece que essa é uma invenção brasileira", diz o professor.

Problemas ainda existem. O crédito é um deles. Como as cooperativas são populares não há o que dar como garantia para conseguir o dinheiro. Uma das idéias em gestação nas incubadoras é criar uma rede de crédito cooperativo à exemplo do Banco dos Pobres existente em Bangladesh. É o crédito solidário: um grupo de cinco mulheres pede um empréstimo e uma se responsabiliza pela outra garantindo, desta forma, a devolução do dinheiro à instituição.

Outro problema é a comercialização do que é produzido pelas cooperativas. Talvez a solução seja criar cooperativas de comercialização, arrisca o economista, lembrando que tudo isso é muito novo para todos os envolvidos no processo. O fato é que, só em São Paulo, existem hoje mais de 20 incubadoras em funcionamento e outras tantas em formação. "É o resgate da dignidade humana", afirma Singer ao falar sobre as cooperativas e as incubadoras.

 

 
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