Três mulheres são mortas na Caxemira após ordem de uso do véu
da Reuters, em JammuSupostos militantes muçulmanos mataram três jovens em suas casas, poucos dias depois do surgimento de cartazes ordenando que as mulheres da Caxemira usassem véu, disse a polícia hoje.
Duas das jovens, ambas de 21 anos, foram baleadas na cabeça, na região de Rajouri, no sul do Estado. A terceira mulher, de 22 anos, foi levada embora e decapitada, segundo um policial, que apontou "uma possibilidade de que os assassinatos estejam ligados à ordem sobre o código de vestimentas".
Os cartazes eram assinados por um grupo pouco conhecido, o Lashkar Jabbar, e diziam às mulheres da cidade de Rajouri e arredores que não saíssem de casa sem o véu, uma marca das muçulmanas.
Mais de dez guerrilhas combatem a presença indiana na Caxemira, uma região de maioria islâmica. O conflito separatista é um frequente ponto de atrito entre Índia e Paquistão.
No passado, alguns desses grupos separatistas já haviam ordenadoam às mulheres do vale da Caxemira que usassem o véu, mas as ordens tiveram pouca repercussão.
Em 2001, o Lashkar Jabbar atacou com ácido duas mulheres que desrespeitaram o código de vestimentas, na principal cidade da Caxemira, Srinagar. O grupo também ameaçou balear outras mulheres que não pusessem o véu.
Às mulheres hindus, o Lashkar ordenou que usassem o tradicional "bindi" -um ponto colorido na testa- e às sikhs que cobrissem a cabeça com um lenço amarelo.
A situação é tensa na Caxemira também por causa da greve geral, que chegou ao segundo dia hoje, em protesto contra a sentença de morte imposta a três suspeitos de participarem de um ataque ao Parlamento indiano, no mês passado.
Os três homens -Mohammad Afzal, Shaukat Hussain e Abdul Rehman Geelani- se dizem inocentes. Seus advogados prometeram recorrer da sentença. Segundo a polícia, Afzal e Hussain são membros do proscrito grupo Jaish-e-Mohammad, com sede no Paquistão.
A Índia acusa o país vizinho de fornecer armas e treinamento para os militantes islâmicos da Caxemira. O governo paquistanês admite apenas apoio político à causa deles. O conflito já matou mais de 35 mil pessoas.
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