Reuters
12/01/2003 - 16h06

Governador dos EUA quer pacto de não-agressão com a Coréia do Norte

da Reuters, em Washington

O governador do Estado do Novo México (EUA), Bill Richardson, que ajuda na mediação do conflito de seu país com a Coréia do Norte fez um apelo hoje para que o presidente George W. Bush tente negociar um pacto de não-agressão mútua.

Depois de quase nove horas de conversas com autoridades da Coréia do Norte, Richardson afirmou ser obrigatório neste momento que os Estados Unidos dêem início a conversações por meio da ONU (Organização das Nações Unidas) para pôr fim à crise.

"O que eu penso que a administração deve fazer, com o maior respeito, é simplesmente pegar o telefone e começar conversas preliminares nas Nações Unidas, em Nova York, em níveis mais baixos, para passar a negociações mais amplas", disse Richardson ao programa "This Week", da rede de televisão americana "ABC".

Richardson, que é do Partido Democrata e embaixador dos Estados Unidos na ONU durante a gestão de Bill Clinton (1993-2000), encontrou-se com Han Song Ryol, do alto escalão da diplomacia norte-coreana, durante mais de três dias no Estado de Novo México.

O governador disse que já passou todas as informações sobre o encontro ao secretário de Estado, Colin Powell, em um longo relatório escrito.

Richardson discordou das autoridades do Departamento de Estado, para quem as conversações com os norte-coreanos não conseguiram abordar "questões preocupantes".

Segundo ele, os norte-coreanos demonstraram significativamente o desejo de discutir seu programa nuclear em negociações e afirmaram não planejar fabricar armas nucleares.

"O que eu sugiro é um pacto de não-agressão bilateral que diga basicamente que os Estados Unidos estão prontos a concordar que a Coréia do Norte não será tratada de uma forma hostil e agressiva. Em outras palavras que não vamos atacar a Coréia do Norte", afirmou Richardson.

Washington poderia em troca pedir o congelamento e um possível fechamento da fábrica Yongbyon, construída pelos soviéticos -tida pelos EUA como o centro do programa de armas nucleares da Coréia do Norte e que será reativada, segundo anúncio feito ontem pelos coreanos.

Richardson disse também que Washington pode tentar estabelecer compromissos tendo como objetivo a verificação do programa de armas nucleares na Coréia do Norte, possibilitando o retorno de inspetores internacionais capazes de assegurar que o programa nuclear tem apenas fins pacíficos.


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