Reuters
13/01/2003 - 15h40

Rússia fecha usina nuclear por temer contaminação de água potável

da Reuters, em Moscou

A Rússia tomou hoje a medida inédita de fechar o setor de reprocessamento de uma de suas maiores usinas nucleares, devido às suspeitas de que estaria havendo contaminação da água potável, segundo as autoridades.

A usina é parte do complexo nuclear de Mayak, na cidade de Ozyorsk, nos Urais, fechado ao público durante o período soviético. Ali, em 1957, a explosão de um tanque com lixo atômico expôs 472 mil pessoas à radiação, num acidente que passou décadas oculto.

A agência russa de segurança nuclear, chamada Gosatomnadzor, negou a licença de funcionamento à usina neste ano, devido às suspeitas de contaminação no lago Karachay e nos reservatórios artificiais de água da região.

A entidade Greenpeace diz que qualquer pessoa que passar mais de uma hora junto ao lago pode ser exposta a níveis letais de radiação, 350 mil vezes superiores aos índices normais.

"A usina 235 seu nome oficial está fechada no momento porque não respeitou as normas de segurança. Estamos decidindo que condições precisam ser preenchidas para que o trabalho seja retomado", disse Andrei Kislov, um dos diretores da Gosatomnadzor.

Ambientalistas disseram que a decisão de fechar a usina foi uma rara prova de que a Rússia finalmente está cuidando adequadamente da herança nuclear da extinta União Soviética.

"Mesmo que a Gosatomnadzor já tenha feito boas coisas, é a primeira vez que a vemos tomar uma medida nesse nível", disse Vladimir Chuprov, especialista em energia nuclear do Greenepeace. "Infelizmente, há uma grande possibilidade de a licença ser concedida em breve, dado o intenso lobby nuclear que pressiona as autoridades."

Segundo ele, a única forma de resolver o problema é fechar a usina definitivamente, já que o vazamento ocorre continuamente desde a década de 1950. "Se o governo diz que vai resolver o problema mas deixa a usina aberta, está mentindo. A tecnologia para isso simplesmente não existe."

O grupo Ecodefence disse que, ao se adequar aos padrões norte-americanos de segurança atômica, os russos esperam conseguir lucrativos contratos para processar o lixo nuclear dos Estados Unidos, que representa cerca de 80% do total mundial.

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