ONU prevê crise alimentar na Coréia do Norte
da Reuters, em Pequim (China)Um enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) disse hoje que a Coréia do Norte está à beira de uma crise humanitária, por causa da falta de alimentos que ameaça entre 6 milhões e 8 milhões de pessoas.
Maurice Strong, regressou a Pequim (China), após três dias em Pyongyang (Coréia do Norte), dizendo que a falta de doações de alimentos por parte dos países mais ricos provoca um risco "sério e nefasto" para o país, envolvido numa disputa nuclear com os Estados Unidos.
"A ajuda humanitária, como o próprio presidente George W. Bush já confirmou, está vinculada à política dessa crise", disse Strong a respeito da decisão norte-americana, tomada no fim de 2002, de suspender a ajuda alimentar à Coréia do Norte até que o regime comunista aceite as inspeções de armas.
"Não se pode transformar as crianças, os velhos e os doentes em vítimas de uma crise política com a qual eles nada têm a ver", declarou Strong. "Não há dúvida de que essa assistência é uma questão de vida ou morte para muita gente."
Os Estados Unidos afirmam que a suspensão da ajuda não tem relação com a crise nuclear, iniciada em outubro, quando a Coréia do Norte admitiu manter um programa para a fabricação de armas atômicas.
Strong já esteve envolvido em várias tentativas de ajudar a Coréia do Norte, país que na década de 1990 teve 2 milhões de mortes pela fome, provocada por problemas agrícolas e de gerenciamento.
"A crise humanitária é real e afeta as vidas e perspectivas de 6 milhões a 8 milhões de pessoas", afirmou o diplomata.
Nesta semana, Bush aparentemente mudou de tática, oferecendo a retomada do envio de comida e combustível, desde que a Coréia do Norte abandone suas ambições nucleares.
Strong afirmou ter se reunido com autoridades e visitado áreas que ainda recebem comida da ONU e do Programa Mundial de Alimentos. "Os governantes norte-coreanos estão bem preparados para renunciar a qualquer desejo ou intenção de adquirir armas nucleares e se submeterem a inspeções", disse.
O diplomata não afirmou o que a Coréia do Norte exige em troca dessas concessões. Mas o governo de Pyongyang já manifestou intenção de assinar um tratado de não-agressão com Washington.
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