Reuters
20/02/2003 - 09h42

Israel aumenta restrições a palestinos na faixa de Gaza

da Reuters, em Gaza

Israel aumentou hoje a restrição ao deslocamento de palestinos pela faixa de Gaza, depois que militantes lançaram foguetes contra uma cidade próxima à fazenda do primeiro-ministro Ariel Sharon.

O Exército instalou postos de controle que dividiram a faixa de Gaza em três partes. Ontem, 11 palestinos foram mortos em ações militares na região, o que provocou o lançamento dos foguetes em retaliação.

Desde sábado (15), quando o Hamas matou quatro soldados em uma emboscada, Israel vem fazendo incursões nas cidades e campos de refugiados da região. Pelo menos 26 palestinos já morreram.

Em Tulkarm, na Cisjordânia, um militante do Hamas morreu hoje num tiroteio contra soldados israelenses.



Os foguetes Qassam dos palestinos atingiram a cidade de Sderot, numa região desértica onde fica a propriedade de Sharon. Três pessoas ficaram feridas, uma delas gravemente.

A vingança já havia sido anunciada ontem, no funeral coletivo das vítimas mais recentes. "Os assentamentos (judaicos) serão bombardeados e os judeus serão reduzidos a pedaços em Tel Aviv e Jaffa", gritavam militantes.

Por causa da restrição nos deslocamentos, muitos palestinos precisaram usar atalhos para driblar os postos de controle. Um dos caminhos alternativos é uma praia atingida por fortes ondas, devido a uma tempestade.

Esses incidentes prejudicam as negociações por um cessar-fogo, que acontecem em Londres. O Departamento de Estado norte-americano já pediu a Israel que evite a morte de civis, mas disse compreender "a necessidade de ações antiterroristas legítimas".

Segundo o jornal "Haaretz", Israel quer mudar mais de 100 itens do esboço do plano de paz apresentado pelo quarteto de negociadores formado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU (Organização das Nações Unidas). Esse plano prevê a criação de um Estado palestino até 2005.

A versão israelense da proposta deve ser analisada pelo governo só depois que Sharon nomear seu novo gabinete, em março. Entre as alterações propostas estão a imposição de restrições à soberania do Estado palestino e o cancelamento de todos os cronogramas de implantação do plano, segundo o "Haaretz".

Sharon quer um mecanismo para que cada estágio do plano de paz só seja iniciado quando o anterior estiver completo. Por isso, ele exige o fim total dos ataques palestinos antes da retomada da negociação.

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