Com ingredientes mineiros, A Baianeira é eleito melhor restaurante para se sentir em casa

MELHOR PARA SE SENTIR EM CASA - JÚRI

Se "baianeira" constasse no dicionário, ele talvez dissesse que é um nome próprio. Porque a Baianeira é alguém. Alguém que veio de um lugar como Almenara, no Vale do Jequitinhonha, pedaço de Minas Gerais bem pertinho do sul da Bahia.

Alguém que pode pegar um avião e meter as caras numa cozinha de Nova York, mas que volta para casa, larga a pinça, resgata o panelão e exalta sua comida enfarinhada.

O dicionário também poderia dizer que esse é um substantivo feminino. Definiria como uma casa pequena e ensolarada numa ruazinha da Barra Funda. Com uns pães de queijo recheados com carne de panela e ovo caipira frito, um bolo de tabuleiro e café coado à mesa. Uma casa de cozinha comandada por mulheres, assim como aquela em que cresceu a Baianeira.

Talvez a definição mais correta, porém, seja a do adjetivo. Uma comida baianeira, por exemplo, é uma comida brasileira, que reúne gente em volta da mesa, rende, alimenta e restaura. É comida com ingredientes trazidos de Almenara.

O requeijão de corte amarronzado, feito em fogão a lenha, que vira creme para o nhoque. A farinha de mandioca que absorve o caldo de pratos ensopados –a moqueca, a carne de panela, a galinhada. E a carne de sol, a banana-da-terra, o feijão-andu...

É também uma comida trivial como aquela da minha casa e da sua. Com arroz, feijão fresquinho e ovo frito.

Quem vai visitar aquele lugar e come essa comida adentra um universo tão familiar que, quando repara, já é íntimo da Baianeira. Sente-se em casa.

*

A Baianeira
R. Dona Elisa, 117, Barra Funda, tel. 2538-0844

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