Néli Pereira dá dica para quem gosta de um amarguinho: Louro Spritz
É difícil ver alguém que trate um amarguinho com tanto gosto. Néli Pereira, do Espaço Zebra, fala tão bem de carqueja que faz você começar a notar a planta em canteiros pelos interiores. A forma curiosa que mistura alga e cacto induz a pensar: que gosto isso tem num coquetel?
Pois bem, o que não sabemos, ela sabe. Bartender, jornalista e pesquisadora de ingredientes brasileiros, ela percorreu o país estudando raízes, cascas e plantas usadas para curar.
Fez um mapeamento desses ingredientes e costumes e os usa em seu bar -com propósito etílico, não medicinal, é claro. Logo mais, eles estarão também em um livro.
Brinca com sabores, fazendo uma versão brasileira da coquetelaria apotecária, em que reinam xaropes e macerações. No Espaço Zebra, isso pode incluir jurubeba, mentruz e catuaba (a real oficial).
Militante desses ingredientes e costumes, Néli não deixa de batalhar por outra causa: ser mulher, florescer e vigorar atrás de um balcão de bar, uma cultura ainda a se formar. Assim como a de seus xaropes.
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LOURO SPRITZ
20 minutos + 24h de infusão | 1 coquetel
DICAS: Bar em casa
Destilado
Pode ser rum, uísque, gim, vodca, cachaça -mas escolha uma marca de qualidade. O gim e a vodca costumam ser os mais neutros e permitem mais possibilidades.
Vermute
O branco e seco é usado no dry martíni, por exemplo, e o doce ou rosso, no negroni. Procure uma marca de qualidade e experimente para escolher o de sua preferência -os mais herbáceos são mais perfumados.
Um amaro, bitter ou licor
Os amaros (Underberg, Fernet Branca ou Averna) são sempre mais herbáceos, amargos e bons digestivos. O bitter (Campari, Aperol) é um aperitivo e compõe bem os coquetéis. Se não for fã dos amargos, opte por um licor.