Cuidado com ingredientes faz do Maní o melhor restaurante de São Paulo

MELHOR RESTAURANTE - JÚRI

O que é a cozinha brasileira? Não é simples responder. Numa sociedade desenhada pela imigração, tudo é nosso, mas aos olhos do mundo não parece ser. A identificação automática que cabe aos pratos peruanos e mexicanos passa longe da culinária do maior país da América Latina.

Eleito melhor restaurante pelo júri d'O Melhor de sãopaulo, o Maní ensaia uma resposta à pergunta acima. O nome, referência a uma lenda tupi, dá pista do propósito: a casa apresenta um caminho brasileiro à elite gastronômica do planeta. Vai sendo bem-sucedida, a julgar pela frequência nos rankings dos críticos e pelos comentários de "gente comum" nos sites de avaliação.

Sempre aplaudidos aparecem o cuidado com os ingredientes e a informalidade chique do ambiente; menos elogiável é o serviço, destoante do padrão paulistano e dos restaurantes desse nível.

O cardápio soa ao mesmo tempo familiar e estranho, e isso é bom. Comidas conhecidas misturam-se em receitas incomuns. Uma boa dica é lembrar-se de que, num país de tamanho litoral, teria de passar pelo mar uma veia importante da culinária brasileira. Reside aí um ponto forte do Maní.

O polvo na brasa com arroz negro cozido na palha de milho e o atum levemente grelhado com purê de abacate não desapontam. Antes deles, atenção, é pouco recomendável desviar-se de um clássico imperdível: o ceviche de caju de entrada. E antes ainda, a cesta de pães (o Maní tem até uma padaria). No alto da cesta, as lascas de polvilho, que lembrarão de longe os biscoitos clássicos das viagens pelas estradas brasileiras –mas com um sabor que só o Maní conseguiu produzir.

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Maní
R. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros, tel. 3085-4148

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