Lá se vão 22 anos desde a inauguração do Spot, já um clássico nesta cidade em que não há tantos assim. O restaurante ocupou, em 1994, o lugar do insosso Praça Paulista, que ganhou reforma arquitetônica de André Wainer, logotipo de Rafic Farah e o teto, que virou uma de suas marcas registradas.
Na forma, não poderiam ser mais diferentes os dois melhores japoneses de São Paulo, segundo o júri de 2016.
Portugal especializou-se em alimentação. É grande produtor e exportador de castanhas, de azeite, de vinhos e até da cortiça que arrolha as garrafas.
Duas coisas estão garantidas quando você escolhe o Tordesilhas para fazer uma refeição: a comida vai ser gostosa e ela vai ficar melhor com pimenta.
O rapaz da mesa ao lado interagia com o cardápio, absorto. A cada opção de prato lida, fechava os olhos, levava a mão à barriga e "humm!", parecia imaginar o que estava prestes a comer.
Um lugar que quase nunca muda. Pode soar um comentário negativo, mas que se mostra bastante positivo se estivermos falando de São Paulo, uma cidade onde é tão difícil termos referências gastronômicas fixas, devido ao aspecto mutante e monstruosamente grande da capital.
Se seu salário não é em dólar ou euro, comer carne em São Paulo é um exercício caro. E que se torna ainda mais oneroso quando o restaurante, em nome de uma pretensa sofisticação, impinge chicanas ao cliente que acabam por lhe tirar o foco do prato principal.
Intimida o furdunço em torno da alta gastronomia. Nos desarma, portanto, a simplicidade das refeições no Maní. Há ali um esforço incomum de transmitir genuinidade no tripé cardápio-ambiente-atendimento e impressionar pela despretensão.
O Arábia, cujo embrião nasceu nos anos 1980 numa rotisseria, tem movimento constante. Ainda assim, o restaurante árabe mais sofisticado da cidade não se rendeu à produção em série.
Ao perguntar a um amigo se ele gostava de espaguete à carbonara, ouvi: "Não há comida italiana de que eu não goste".