Escola de música coloca faixa-protesto contra especulação e corretores

Quem passa em frente à escola de música In Concert tem a atenção fisgada por uma faixa. Não se trata de promoção para aulas de guitarra, violão ou piano, mas de um aviso para espantar corretores e protestar contra a especulação imobiliária no bairro do Itaim Bibi, região oeste.

No comando da escola, as irmãs Stella Dalva, 41, Stella Márcia, 50, e Stella Gizar, 55, instalaram a placa para afugentar boatos de venda do imóvel da rua Jesuíno Arruda, 548, onde se ensina música há 30 anos.

O trio sempre foi sondado por interessados em comprar o imóvel, mas nos últimos dois anos tem enfrentado bizarrices: já flagraram um invasor medindo o terreno com fita métrica e uma corretora matriculou o neto em um curso só para poder circular com mais facilidade dentro do imóvel.

Elas chegaram ao limite quando o número de estudantes começou a cair, no segundo semestre do ano passado. O sumiço, segundo elas, ocorreu depois que um terreno de 100 m² ao lado da escola foi comprado pela incorporadora Davilar -que fará ali um prédio de escritórios.

"O boato de que nós teríamos sido comprados começou a se espalhar", conta Stella Márcia. "Colocamos a faixa para deixar claro que não sairemos."

Sergio Davila, arquiteto da Davilar, diz que a empresa fez uma proposta de compra, mas não espalhou boatos sobre a venda. Ele achou a colocação da faixa "deselegante". "Não passou de uma negociação comercial que não chegou a um acordo", afirma.

Para a psicóloga Vânia Reis, 52, que mora na vila de 12 casas que contorna o empreendimento, nem tanto. "Não queremos que cortem as árvores do terreno."

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