O que foi assunto entre passageiros e motoristas durante a greve de ônibus

As frases que ouvimos nas ruas de São Paulo de motoristas e passageiros durante a greve de terça-feira (20):

Na avenida São João

Fala para ele ir pra Pirituba e pegar o carro no mecânico, que eu não tenho hora para voltar para a garagem não.

(motorista no celular, na avenida São João)

Eles tiveram um filhinha, ela postava foto no Facebook. A menina era tão bonitinha, gordinha. No dia que ela completou três meses, às 10h, morreu de meningite.

(passageira comenta para outra, enquanto aguarda o fim da greve)

-Olha, três ônibus passando ali, você não tá vendo?
-Acho que é reservado.

(passageiros em um dos pontos do canteiro central na esperança de ir para casa logo)

Tem muita gente falecendo com esse negócio de dengue.

(passageira comenta para outra, enquanto aguarda fim da greve)

Eu vou é dormir num hotel.

(mulher comenta ao passar pelos ônibus parados)

Ei, tamo junto, motorista!

(motorista de carro gritando para grupo de motoristas de ônibus em greve)

No terminal Princesa Isabel

Vocês, em vez de se juntarem a nós, ficam aí trabalhando.

(motorista brinca com atendente de lanchonete do terminal)

O cara parou para dar informação: levaram carteira, celular, até talão de cheque. Depois falam que a pessoa é mal-educada se não responde...

(passageira conta para a outra enquanto espera fim da greve)

O povo lá em casa vai ter que se virar hoje. Não vou conseguir fazer janta.

(passageira comentando com mulher ao lado)

Na avenida Duque de Caxias

Se você for ver mesmo, a gente não tá ganhando nem três salários mínimos.

(motorista para colega, na fila de dezenas de ônibus parados: o salário é de R$ 1.955)

Deixa esses ônibus tudo aí, deixa colocar fogo, para o prejuízo ficar bem grande. Aí quero ver a reportagem passando amanhã às cinco da manhã nos pontos: tudo lotado.

(motorista conversando na avenida, em tom de brincadeira)

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