O lado A da Copa Mundo na Vila Madalena é o do clima de festa. E o lado B é o do rastro de problemas: as toneladas de lixo e o constante cheiro de urina.
O volume de sujeira disparou na região. Em dias normais, há uma tonelada de resíduos. Entre 12 e 13 de junho, após a abertura do Mundial, o montante pulou para cinco toneladas e não parou de crescer.
A média de lixo coletado passou para 20 toneladas em dias de jogos das seleções visitantes, segundo a Inova, empresa responsável pela limpeza das ruas da Vila.
Com as partidas do Brasil, esse total dobra. Depois da vitória da seleção brasileira contra Camarões, foram recolhidas mais de 50 toneladas.
Nos primeiros dias de Copa, a sujeira nas vias assustou moradores e virou queixa comum. "É o pior de tudo", conta a psicóloga Ana Célia Gonçalves, 46. "Mas, agora, a prefeitura está sendo mais rápida na limpeza", ameniza.
A Inova afirma ter ampliado de quatro para 50 o total de funcionários com a missão de fazer a faxina das vias, o que costuma começar às 3h. Em dias que o Brasil entra em campo, mais 150 devem se juntar ao grupo.
Outro incômodo mencionado por quem vive ali é o fato de frequentadores urinarem em qualquer lugar.
"Perto do muro da minha casa nem dá para ficar", reclama a aposentada Dolores Hernandes, 79. "Ali na frente vira um banheiro", diz o marido dela, Paschoal Hernandes, 83, enquanto aponta para o estacionamento de uma loja na rua Girassol.
Para tentar amenizar os transtornos, a prefeitura instalou 80 banheiros químicos em pontos próximos aos bares. A Inova, por sua vez, afirma ter turbinado a água da limpeza da ruas do bairro com desinfetante para combater o odor de urina.
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