Do primeiro dia da Copa do Mundo (12/6) até a última quarta-feira (2/7), um em cada cinco motoristas submetidos ao teste do bafômetro na cidade de São Paulo foi flagrado dirigindo sob o efeito de álcool. As informações são da Polícia Militar.
Segundo dados do Comando de Policiamento de Trânsito, o BPTran Copa –Batalhão de Policiamento de Trânsito na Copa criado para o Mundial e responsável pela fiscalização da Lei Seca durante o campeonato– realizou 84 blitze que testaram 2.888 motoristas com o bafômetro.
Deles, 200 se recusaram a fazer o teste e 591 foram autuados pelo artigo 165 do Código Brasileiro de Trânsito. Esse trecho da lei prevê multa de R$ 1.915,40 e risco de suspensão por um ano para quem "dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer substância psicoativa que determine dependência".
No mesmo período, três condutores infringiram o artigo 306, que pune com detenção de seis meses a três anos quem for detectado com concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou 0,3 miligrama de álcool por litro de ar.
A soma equivale à proporção de 20,6% do total de fiscalizados com o bafômetro, número 85% maior do que o registrado no mesmo período de 2013, quando 11,1% dos condutores foram detectados sob o efeito de álcool.
Entre os mesmos dias de 2013 (12/6 a 2/7), 1.823 motoristas sopraram o equipamento que mede o nível de álcool no organismo. Deles, 198 foram autuados pelo artigo 165 e cinco pelo artigo 306. Na ocasião, 58 blitze foram organizadas.
Para a polícia, a incidência reflete a proporção de pessoas fiscalizadas durante o campeonato. "Tendo em vista o aumento de pessoas na cidade e, consequentemente, o aumento da oferta de bebidas alcoólicas, a PM intensifica a fiscalização de alcoolemia nos períodos de grandes eventos", informou a corporação via e-mail.
BRASIL EM CAMPO
Nos dias de jogo do Brasil, a maior quantidade de motoristas fiscalizados foi na data da partida contra o Chile. Naquela sexta-feira (28), 1.062 condutores foram submetidos ao teste do bafômetro e 120 foram considerados alcoolizados.
A maior proporção entre testados e punidos, porém, foi registrada na segunda-feira (23) em que o Brasil goleou Camarões por 4 x 1, quando 26,9% dos motoristas estavam alcoolizados.
Na quinta-feira (12) em que a seleção brasileira deu início à Copa fazendo três gols contra a Croácia no Itaquerão (zona leste), foram 138 os motoristas fiscalizados e 34 penalizados pelo artigo 165 (24,64%).
ESTRANGEIROS
Apesar do aumento da circulação de estrangeiro pela capital paulista, apenas um colombiano foi autuado pelo BPTran Copa até o dia 30/6, segundo a PM. Só que o problema não foi estar bêbado.
Residente no Brasil, ele dirigia com a habilitação de seu país, o que é permitido por até 180 dias. Passado este prazo, como foi o caso, é necessário possuir a Carteira Nacional de Habilitação brasileira ou Permissão para Dirigir, como diz o artigo 162.
Caso aconteça de alguém de fora do país ser flagrado dirigindo sob o efeito de álcool, ele estará sujeito às mesmas fiscalizações e sanções, garante o Detran.
"Se estiver dirigindo veículo registrado no exterior, embora haja a possibilidade legal de autuação e consequente aplicação de multa de trânsito, o sistema da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) não se encontra adequado para o processamento de multas aplicadas", explica o Comando de Policiamento da Copa.
"O que não invalida, entretanto, a aplicação, pelo policial militar, da medida administrativa de retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado (com a remoção ao pátio, caso não seja apresentado", conclui o CPCopa.
Segundo o Detran, existem 175.671 CNHs registradas para estrangeiros no Estado de São Paulo, sendo 113.725 registradas na capital.
A Polícia Militar informou que realizará operações de fiscalização em 20 pontos da cidade das 19h desta sexta (4) às 6h deste sábado (5).