Quando ouve a pergunta "o que a inspira a desenhar?", a jovem artista Nicole Lanza, 10, dá pinta de que o laconismo típico dos pré-adolescentes já está batendo à porta: "Nada".
Dona de um traço orgânico e fluido, cheio de formas arredondadas e temas que remetem à natureza, Nicole está expondo no D4 Boteco Galeria. O bar fica na rua da Consolação e tem como sócia a mãe da artista mirim, Michelle.
Inaugurada no dia 19 deste mês, a mostra tem 14 obras da menina e fica aberta para visitação até 29/8. Em agosto, seus desenhos estarão dispostos no edifício Itália, na região central.
A aptidão de Nicole, que gosta de usar canetinhas em suas criações, foi descoberta quando ela tinha apenas três anos, pela direção do colégio Porto Seguro, onde estuda.
"Na época, fiz um contrato no qual me comprometo a promover sua obra até ela completar 18 anos", conta o avô, o empresário espanhol Carlos Lanza.
"No documento, eu também estabelecia que ela deveria negociar o valor das obras comigo e que eu pagaria por elas." É assim que a menina vem juntando dinheiro para comprar coisas que quer. Em breve, algumas obras devem ser postas à venda para o público em geral.
ARTE PARA SEMPRE
Os coloridos desenhos foram expostos pela primeira vez em 2013, no espaço cultural do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. No final de 2013, Nicole foi convidada para participar da Bienal de arte de Florença, na Itália, onde recebeu a menção honrosa Lorenzo il Magnifico.
E daqui para a frente? "Quero continuar desenhando, mas meu ritmo mudou", conta a menina, com seu iPhone nas mãos -algumas das unhas pintadas de verde, outras sem cor. "Não é mais tão interessante. Antes, eu gostava de terminar o desenho na hora, mas agora eu posso levar até duas semanas para terminar um quadro pequeno", conta.
Matar o tempo na internet ou assistir a programas de TV são passatempos mais interessantes atualmente. "Acho que não vou querer mais desenhar. Mas, com certeza, quero continuar trabalhando com arte."