O papel da mídia tem sido bastante discutido nos últimos tempos, principalmente após a cobertura jornalística das manifestações de junho de 2013 —quando milhares de pessoas protestaram contra o aumento da tarifa do transporte público e por outras pautas.
O diretor gaúcho Jorge Furtado, responsável por "O Homem que Copiava" (2003) e "Ilha das Flores" (1989), resolveu trazer sua contribuição ao debate com o documentário "O Mercado de Notícias".
O título é o mesmo da peça do inglês Ben Jonson, escrita em 1625. Considerado o segundo maior dramaturgo do teatro elizabetano, ele perdia em prestígio só para William Shakespeare.
A montagem expõe um jovem herdeiro que não sabe como usufruir seu dinheiro. Seus amigos o influenciam, então, a investir numa agência de notícias, novidade à época.
No vídeo, Furtado mescla a encenação da peça —até então inédita em português, foi traduzida em três anos pelo diretor e pela professora Liziane Kugland— com depoimentos de 13 profissionais experientes, como Mino Carta, Luis Nassif, Cristiana Lôbo, Renata Lo Prete, José Roberto de Toledo e Janio de Freitas.
Entre os tópicos discutidos estão insucessos da mídia, como o caso da Escola Base, em que os donos de um colégio foram acusados de terem abusado de crianças, e do falso Picasso, em que a cópia de uma obra do pintor, pendurada na sede do INSS, em Brasília, foi considerada legítima.