Um portão de ferro tem dividido os ânimos na quadra onde estão o MIS (Museu da Imagem e do Som) e o MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), no Jardim Europa, região oeste de São Paulo.
Os dez metros de estrutura de ferro, que há oito anos costumavam ficar abertos para integrar os dois espaços, passou a ser fechado em meados de julho.
Segundo Olívio Guedes, conselheiro dos dois museus, o MuBE decidiu fechar o portão porque suas calçadas, seu jardim e seus banheiros eram "destruídos" pelo grande público que vai ao MIS ver a exposição "Castelo Rá-Tim-bum". "É uma quantidade [de gente] grande que não temos como coordenar", diz Guedes.
Segundo ele, outro problema é a festa Green Sunset, realizada mensalmente há mais de três anos pelo MIS e que atrai 2.000 pessoas a cada edição.
O próximo evento, marcado para o dia 13 de setembro, pode ter seu público reduzido em mais da metade se os dois museus não entrarem em acordo.
"Já vendemos 700 ingressos e talvez seja só essa a capacidade de pessoas se o portão continuar fechado", diz André Sturm, diretor do MIS.
Segundo ele, o MIS se propôs a arrumar a calçada danificada (com buracos) em frente ao MuBE, mas o museu não aceitou e fechou o portão sem fazer antes um comunicado ou um acordo.
Enquanto o MuBE alega que o vizinho ganha dinheiro com a festa Green Sunset, Sturm diz que toda a renda da venda de ingressos é gasta em infraestrutura para o evento. "Também já propusemos ampliar a festa e pagar um valor ao MuBE, mas eles nunca nos fizeram uma proposta. O nosso objetivo não é ganhar dinheiro, mas as pessoas frequentarem o lugar", diz Sturm.
Em nota, o MIS afirma ainda que o fechamento do portão "gerou o cancelamento da Feira Gastronômica, organizada mensalmente pelo MIS e diminuiu 50% das atividades da Maratona Infantil, realizada na área externa do MIS, evento gratuito e mensal dedicado às crianças e famílias".
Com um mês de portão fechado, o impasse não tem data para acabar. Não há reuniões ou conversas marcadas para resolver o caso.