'Drag queen' faz jogos para celular baixados mais de 100 mil vezes

José Henrique, 32, se transforma completamente em noites especiais, quando vira a "drag queen" Amanda Sparks. Põe seios de espuma, lentes de contato verde e equilibra sobre um salto 12 a cabeça erguida, com uma peruca loira. Mas as unhas continuam curtas e sem pintura: é para poder jogar no telefone ou no tablet.

Sparks desenvolveu dezenas de versões para jogos consagrados, inserindo neles elementos da noite gay.

Tudo teve início como uma brincadeira, em 2010. "Trabalho com animação e comecei a brincar num programa, daí vieram os primeiros projetos, simples." O nerd fazedor de videogame veio antes da "drag", que nasceu em 2011 numa festa no Bexiga. Mas os universos se fundem na sua empresa, a AmandApps.

"Flappy Birds", aplicativo baixado por milhões de pessoas em que um passarinho com a asa quebrada pena para voar, virou "Flappy Drag Queen", com uma transformista flanante. "Lancei o aplicativo em fevereiro, dias antes do criador do 'Flappy Birds' tirar o jogo do mercado, então aproveitei o vácuo criado." Mais de 100 mil pessoas baixaram o jogo de graça. Os aplicativos são só para Android, portanto ainda fora do alcance de donos de iPhones.

Em "Snapshot Diva", o jogador é uma modelo posando com roupas de Amanda para um fotógrafo, que tem de escolher a hora certa para dar o clique. A lógica é similar à do jogo de Kim Kardashian, lançado depois e com valor de mercado avaliado em R$ 460 milhões. Já as empreitadas de Sparks valem menos.

"Cheguei a ganhar US$ 800 com a renda de anúncios, mas não fui buscar ainda. Me deu preguiça. É que trabalho de dia e de noite, sabe como é?"

Publicidade
Publicidade