Ambulantes vendem 'pau de selfie' por R$ 70 em praias do litoral norte de SP

O amendoim torradinho, o coco gelado e o milho-verde enfrentam concorrência neste verão. Ambulantes que há anos distribuem esses clássicos nas areias da costa paulista agora têm de dividir a atenção dos banhistas com vendedores de "paus de selfie" e paletas mexicanas.

Na acirrada briga pelo "market share" praiano, as paletas chegam em carrinhos —o sorveteiro não grita mais "olha o picolé!", e sim "olha a paleta, paletas mexicanas!"— e os "paus de selfie" surgem em riste nas mãos dos ambulantes que circulam entre os guarda-sóis.

Atento ao mercado em expansão no fim do ano passado, o paraibano Romário Martins, 20, tocou para a galeria Pagé, na região da 25 de Março. Desceu a Serra do Mar em dezembro com 400 "alongadores de selfie" (ele prefere esse nome, mas há quem chame de extensor, diz) e capinhas para celular à prova d'água.

Desde estão, revende o produto por R$ 70 (R$ 50 após longa negociação) nas praias do Guarujá e de São Sebastião. Há a opção com disparador de foto no cabo ou acionamento por Bluetooth pelo mesmo valor. As capinhas custam R$ 20 e podem ser testadas no mar antes da compra.

"Cheguei a vender 40 alongadores num dia só. Não é só gente nova que compra, não. Os velhos também adoram", afirma Romário, nascido em 1994 e nomeado após a seleção do "Baixinho" ser tetra.

Segundo o ambulante, cerca de 15 colegas lotearam a costa paulista para atender à demanda por "paus de selfie". Na quarta-feira (7), ele batia ponto na praia da Baleia, em São Sebastião. "Mas o melhor ponto é o Guarujá. Na praia de Pernambuco, um amigo vendeu até para a filha do Silvio Santos", afirma, embora não saiba dizer qual das seis filhas do empresário aderiu à moda.

No verão passado, Romário vendia na praia radinhos AM/FM dos Minions, os personagens amarelinhos da animação "Meu Malvado Favorito". Ele ainda tem alguns escondidos na mochila.

PICOLÉ X PALETA

Outra onda que desceu a serra foram as paletas mexicanas, mais robustas e caras que os picolés convencionais. As da LosLos são produzidas em Itanhaém e vendidas por R$ 10 cada uma em versões como chocomousse de maracujá, cookies and cream e morango com leite condensado (a mais pedida). "Temos sede em Juquehy [São Sebastião] e carrinhos circulando de Boraceia a Maresias", conta o distribuidor e sorveteiro Matheus Santos da Costa, 19.

Em dias bons, ele diz que um carrinho vende até 250 palitos por dia. "O picolé Rochinha ainda impera, mas estamos conquistando nosso espaço, até porque eles não fazem mais picolé artesanal."

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