Música e tirania regem 'Whiplash', drama sobre jovem baterista

"Para ser grande, sê inteiro". A frase, que integra uma das mais conhecidas poesias de Ricardo Reis, heterônimo do português Fernando Pessoa, resume bem as ambições do jovem protagonista de "Whiplash - Em Busca da Perfeição", que estreou na quinta (8).

Interpretado pelo ator Miles Teller, 27, tido como a nova promessa de Hollywood, o personagem descrito acima é Andrew Neiman, aluno de uma prestigiosa escola nova-iorquina de música.

Ele tem uma rotina comum: estuda, mora sozinho, apaixona-se por uma garota (Melissa Benoist), encontra-se com o pai (Paul Reiser). No entanto, ao ser chamado para tocar bateria no grupo de elite de jazz da instituição, sua trajetória muda.

É quando entra em sua vida o famigerado Fletcher (J.K. Simmons), professor conhecido por seus métodos nem um pingo ortodoxos —arremessar uma cadeira na direção dos alunos, por exemplo, é uma atitude corriqueira.

A partir daí, Neiman deixa a namorada, passa a ser grosso com os familiares e os seus dias só têm espaço para partituras, baquetas, ensaios —até que os dedos sangrem— e uma obsessão: ser o novo Charlie Parker, que, embora tenha sido saxofonista, é um importante nome do jazz.

Na meia hora que antecipa o fim do longa, o segundo dirigido por Damien Chazelle, 29, a perturbadora relação entre discípulo e mestre chega ao ápice. E o filme, antes um drama, ganha ares de terror psicológico.

Informe-se sobre o filme

Publicidade
Publicidade