Torres de chope ganham versão com suco para abstêmios e crianças em SP

A família está sentada ao redor de uma torre plástica repleta de líquido amarelo no shopping Itapecerica da Serra. O pai dá um copo cheio para a mãe, se serve de outro e deixa o filho de 11 anos dar uma "bicada". O menino faz cara de quem quer mais, e logo tem um copo em mãos.

Não precisa chamar o Juizado de Menores, é suco que eles bebem.

Sucesso em praças de alimentação de Marsilac ao Tremembé, a torre de chope ganhou uma versão inocente: o cilindro com torneirinha chega à mesa cheio de sumo de laranja, de maracujá ou de uva.

Luisa Dörr/Folhapress
Torre de suco no Shopping de Itapecerica da Serra é parte dos hábitos dos moradores
Torre de suco no Shopping de Itapecerica da Serra é parte dos hábitos dos moradores

A novidade ainda está longe de ter a popularidade da mãe etílica, mas já aparece em diferentes regiões da cidade. Em Santana, é divisada na lanchonete da igreja Amor de Jesus, onde apareceu "como uma alternativa para os fieis que pararam de beber ainda sentirem a descontração", diz a dona da cantina, Ana Laura Sousa.

Já o Bar do Bola, em Itaquera, afirma que adotou a ideia para dar às crianças a oportunidade de imitar os pais. "Os meninos olhavam pro copo, comparavam com aquele mar de cerveja dos adultos e ficavam meio tristes", diz o gerente, Emanuel Luz.

As duas casas começaram a oferecer o suco em setembro e afirmam que a novidade "vende bem".

Redes de fast food também aderem à ideia. A lanchonete Fry Chicken de Itapecerica da Serra oferece as opções com um litro (R$ 9,60), 1,5 l (R$ 13,90), dois litros (R$ 15,90) e três litros (R$ 25,20). Os preços são menores: 2,5 litros de chope custam entre R$ 30 e R$ 45 nas praças de alimentação de shoppings.

"É uma ideia a se pensar. Mas tem o problema de conseguir suco fresquinho em tanta quantidade num curto período de tempo", pondera Nílton Poron, dono do bar Loren, na Casa Verde, que cobra R$ 25 por dois litros de chope. As duas casas que servem a novidade afirmam que o suco é natural e é armazenado por menos de uma hora, numa máquina que o mantém em movimento.

"É bem melhor que o do copinho", diz Higor Malard, 11, o menino que pela primeira vez pôde "beber" com os pais no shopping.

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