Crise da água

Shopping de SP fecha banheiro para economizar água

Os shoppings de São Paulo começaram a tomar medidas mais extremas para diminuir o consumo de água e evitar o racionamento, que pode afetar seu funcionamento.

Na semana passada, o shopping Frei Caneca, na Bela Vista (centro de São Paulo), decidiu fechar os banheiros de dois andares de segunda a sexta-feira. Os clientes devem ir ao térreo inferior ou ao segundo piso para utilizar os que estão abertos.

Divulgação
Shopping Frei Caneca, na Bela Vista, fecha banheiro para economizar água
Shopping Frei Caneca, na Bela Vista, fecha banheiro para economizar água

Os horários de operação do sistema de ar-condicionado foram reduzidos e o suprimento de água para as torres do equipamento é captado em lençol freático. Além disso, o shopping informou que planeja tratar as águas de pias e ralas da Praça de Alimentação para reúso.

O Pátio Higienópolis, também no centro, e o Iguatemi São Paulo (zona oeste) diminuíram a limpeza das áreas comuns e captam água de poços artesianos.

A instalação de redutores de vazão das torneiras e vasos sanitários que gastam menos água são outras ações que foram tomadas.

O presidente da Abrasce (associação dos shoppings centers), Glauco Humai, diz que ao longo dos anos as administradoras têm investindo em tecnologia para diminuir o consumo (e o custo) do recurso.

Segundo ele, um shopping médio da capital paulista usa, por mês, 6,5 milhões de litros de água, cerca de 10 litros de água por visitante. "Uma pessoa gasta 12 litros para escovar os dentes. Não é tanto quanto as pessoas acham"

POÇOS

Para não depender do abastecimento público, os shoppings passaram a investir em poços artesianos. Humai diz que a maioria dos que não têm essa opção já pediram a abertura de poços.

"A permissão costumava demorar um ano, dois anos. Fizemos uma solicitação para que a prefeitura agilizasse a outorga, o que está acontecendo. Temos notícias de um prazo menor do que um ano", diz.

O plano emergencial dos empresários são os caminhões-pipa. Segundo Humai, a maioria já tem contratos pré-firmados para garantir o abastecimento.

O objetivo é fazer todo o esforço possível, arcando com custos maiores, para não fechar as portas. E garantir a normalidade mesmo em crise.

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