Ringo Starr diz que as pessoas vão ao show para ouvir 'Yellow Submarine'

O simples "oi, como você está?" para quebrar o gelo no início dos meus cinco minutos ao telefone com Ringo —o Starr, dos Beatles— foi seguido de uma galanteadora réplica: "estou fabuloso, obrigado. Muito melhor agora que estou ouvindo a sua voz". (A minha? Jura?)

O baterista da maior banda de rock todos os tempos se apresenta no HSBC Brasil, na quinta (26), e no Vivo Rio, na sexta (27), no Rio de Janeiro, com a sua All Starr Band. Animado com a sua terceira passagem pelo Brasil (os últimos shows foram em 2011 e 2013), admite, no entanto, não trazer "nada de novo".

É, inclusive, enfático ao dizer que não se cansa de tocar as mesmas músicas. "Eu acho que as pessoas vêm me assistir para ouvir 'Yellow Submarine', 'With a Little Help From My Friends', 'Photograph'... É um show de hits. E acho que por isso é tão bem recebido", assegura.

Sobre o seu processo criativo, que naturalmente destaca o seu conjunto de instrumentos (também em evidência no palco desde a época que o quarteto de Liverpool começou a arrasar corações, em 1960), o músico explica que não fica sentado na sua bateria escrevendo canções.

"Eu faço uma base, depois coloco a bateria e penso 'aqui tem um verso, aqui tem um refrão'. E então eu junto tudo isso e chamo compositores até a minha casa para escrevermos letras que combinam com aquilo". Depois de escrever, ele coloca os vocais para, então, poder inserir os violinos ou qualquer outro instrumento.

O processo foi o mesmo na produção dos seus três últimos discos. "Ringo 2012" é o mais recente.

Bem-humorado, ele escapa quando pergunto se há bandas novas que ele gosta. "Sabe, é muito perigoso falar disso. Porque de repente está em todos os lugares que você gosta desta banda e ela já está acabada quando o jornal sai (risos)".

Meu tempo acabou, mas insisto em mais uma e ele assente gentil.

Não é estranho continuar pedindo paz e amor neste mundo louco? "O meu sonho é que um dia o mundo inteiro pare por um momento para dizer paz e amor. E você diz que o mundo está louco agora. O mundo estava louco nos anos 1960, nos anos 1970... em alguma parte do mundo ele é sempre louco. Mas isso não deve me deter de dizer paz e amor."

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