Folha Mulher

Mulheres têm suas fotos e histórias espalhadas por SP

Maria Luisa Americano (1918-1972) se negou a ceder sua casa para o governo estadual e argumentou que ela e o marido, Oscar Americano, haviam plantado todas as árvores da propriedade. O então governador Abreu Sodré tentou outro local, então.

Dona Veridiana da Silva Prado (1824-1910), além de administrar seus próprios negócios, se dedicava à caridade.

As histórias dessas e de outras mulheres que deixaram legados para São Paulo, assim como daquelas que têm ou tiveram alguma relação com a cidade, compõem o projeto Feminicidade e serão espalhadas em forma de lambe-lambes pela capital no domingo (8), para marcar o Dia Internacional da Mulher.

Enquanto imagens e trechos das histórias de personalidades serão colocados nas ruas às quais dão nome —Rua Dona Veridiana, na Consolação, por exemplo—, os lambe-lambes referentes às mulheres atuais serão colados em diversos pontos do centro da cidade.

"A ideia surgiu de uma conversa entre vários coletivos —Atados, Acupuntura Urbana, Círculo de Sonhadoras, Fábrica de Sonhos, Hey Sampa e SP Invisível —, de querer fazer uma homenagem às mulheres e de sair do padrão comercial", explica a comunicadora Paula Dias, 29, do grupo Hey Sampa.

Quem entrevistou as mulheres, nas ruas da cidade, foi uma equipe de voluntários. Para isso, as cerca de 60 pessoas tiveram algumas instruções para saber como falar com as desconhecidas.

"Foi como um treinamento de humanização, em que os voluntários viram como fazer as perguntas no tempo certo e como instigar a entrevistada a contar a sua história", conta Paula.

Sobre as imagens captadas, foi ensinado a "esperar o momento certo para tirar a foto, em que o olhar da mulher representasse aquilo que ela estava contando", completa.

Os membros dos coletivos envolvidos no projeto combinaram de se encontrar no domingo (8), às 14h, para espalhar os lambes. A colagem está aberta aos interessados.

Publicidade
Publicidade