Em nova peça, psicólogo usa técnica para fazer gay virar hétero

O repórter Frank, gay, vai até o consultório do psicólogo Arthur Apsey cheio de fúria. Fingindo-se de paciente, ele busca detalhes sobre o método de reversão da homossexualidade que o doutor aplica.
A ideia é fazer uma matéria de denúncia, mas ele sai de lá diferente.

Na peça "Consertando Frank", que entrou em cartaz neste fim de semana, no Teatro MuBE Nova Cultural (zona oeste de São Paulo), o público observa um embate ferrenho e fascinante entre os dois —interpretados por Chico Carvalho e Henrique Schafer, respectivamente.

"O personagem que faço é de um sarcasmo evidente", diz Schafer. "Um homofóbico que tenta manipular pacientes em crise com sua sexualidade."

A relação entre Frank e Apsey muda a cada sessão, e, à medida que o rapaz vai ficando em dúvida sobre seus próprios desejos, passa a contar detalhes de sua vida amorosa com Jonathan Baldwin (vivido por Rubens Caribé) —e deixa a reportagem meio de lado.

Heloísa Bortz
Rubens Caribé, Chico Carvalho e Henrique Schafer (esq. p/ dir.) estão em "Consertando Frank"
Rubens Caribé, Chico Carvalho e Henrique Schafer (esq. p/ dir.) estão em "Consertando Frank"

É interessante notar a manipulação que o doutor e o namorado (também psicólogo) exercem sobre Frank e perceber como eles acabam invertendo, de certa forma, os papéis ao longo da trama.

Schafer conta que, no início, duvidava que alguém pudesse cair na lábia desse terapeuta, mas que agora acha que sim. "Se alguém se deixar influenciar ao assistir a peça, pode me procurar para uma consulta", brinca.

A direção é de Marco Antônio Pâmio, que diz ter ficado impressionado com a força do texto, que conheceu em 2001. O autor é o americano Ken Hanes.

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