Protestos no Brasil

'Não temos base para impeachment', diz líder de lojistas nos Jardins

O perfil de Rosangela Lyra no Instagram fez contagem regressiva para os protestos deste domingo (15).

A presidente da Associação de Lojistas dos Jardins deu apoio nas eleições de 2014 a Marina Silva e pediu voto em Aécio Neves no segundo turno. Agora, milita contra Dilma Rousseff nas redes sociais e organiza encontros para debater política.

Ela integra o movimento Vem Pra Rua, que já vendeu mais de 4.000 camisetas com frases como "Eu luto pelo Brasil. Lute também!"

Diretora da grife Dior no Brasil por 27 anos e sogra do jogador de futebol Kaká, Rosangela concedeu entrevista durante viagem ao balneário baiano de Trancoso.

*

sãopaulo - Contra o que a sra. protestará neste domingo?
Rosangela Lyra - Pelo Brasil. Pelo fim deste sistema corrupto e corroído, pela apuração da Lava Jato e pela punição dos culpados. Trata-se de uma iniciativa apartidária. Meu partido é o Brasil.

Na sua opinião, há motivos para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff?
Ainda não temos embasamento legal. O que existe é somente a vontade popular. Para que ele ocorra, precisaremos de consistência jurídica.

O descontentamento vem de quais camadas da população?
Não é apenas da elite, mas dos brasileiros que se sentiram enganados, ludibriados, mal administrados e roubados.

O que achou do panelaço de domingo passado (8)?
Estava na Bahia e recebi uma quantidade enorme de vídeos. Fiquei surpresa. Como cristã, nunca aprecio o xingamento a pessoas. Penso: "Vá contra o pecado e não contra o pecador".

Qual deverá ser a participação de São Paulo nos protestos?
A cidade deve ter o maior número de pessoas nas manifestações, e pessoas bem informadas.

Na última eleição, a senhora fez campanha para marina e, depois, aécio. Já tinha se engajado em outras campanhas?
Fiz campanha para a Marina pois gostei muito do seu programa e o via como uma grande possibilidade de mudança desse sistema podre.
Depois, quando Marina apoiou Aécio, fomos juntos. Antes, ajudei Jose Serra na campanha para a prefeitura em 2004.

Atua na política de outras formas?
Faço encontros para grupos de convidados, com até cem pessoas, para falar sobre política. Chamo representantes de todos os partidos. Quero suscitar interesse no tema e levar esses encontros à periferia. Se hoje vivemos um caos político e consequente econômico, em parte foi por causa da omissão da população e da sociedade. Não gostamos do que ignoramos, então deixamos correr solto.

Como avalia a gestão Alckmin?
Não atribuo a crise hídrica ao governador. Se ele quisesse fazer obras há alguns anos, quando os rios transbordavam, seria criticado, pois havia outras prioridades.

E a administração Haddad?
Ele tem boas intenções de fazer mudanças, mas gera queixas pela maneira como o processo é feito. A prefeitura poderia explicar melhor, para as pessoas entenderem

Publicidade
Publicidade