Banda potiguar Talma e Gadelha só fala de amor e conta histórias reais

Talma & Gadelha, banda potiguar que se apresenta no Itaú Cultural, na sexta (10), só fala de amor. "Menina, não sei por que", diz Simona Talma em entrevista à sãopaulo. "É uma consequência natural do que a gente sempre ouviu. Acho que 90% da música brasileira fala sobre o amor. O brasileiro é muito passional, assim como os povos latinos", emenda.

O quinteto formado ainda por Luiz Gadelha (voz e baixo), Adriano Sudário (guitarra), Henrique Rocha (vocal e guitarra) e Daniel Garça (bateria) é uma das atrações do projeto DoSol Warm Up, que entre 9 e 12 de abril recebe bandas como Fukai e Far From Alaska, que acaba de se apresentar no Lollapalooza 2015. O evento serve de aquecimento para o Festival DoSol, realizado há 11 anos em Natal.

"Natal ainda é uma cidade pequena culturalmente. O nordestino é quente, passional. Ir para São Paulo ainda é muito importante. Tem um olhar muito sincero para a arte porque existe muita informação e a visão fica ampliada. As pessoas não gostam de qualquer coisa. É um termômetro", fala Talma.

As canções do grupo de pop rock (ela prefere "rock pop") também são sempre inspiradas em histórias reais vividas pelos integrantes ou conhecidos. O que as vezes gera confusão.

Yanna Medeiros/Divulgação
Talma & Gadelha
Talma & Gadelha

"O roqueiro e a Hippie" por exemplo, que fala da relação de uma hippie com um roqueiro moderno, foi inspirada em um casal da cena de Natal que chamava atenção por ser muito diferente. Talma sentiu vontade de escrever sobre a história, que acabou gerando curiosidade. A garota que inspirou a composição ficou encafifada se ela era mesmo parte do casal ou se tinha outra pessoa na jogada.

Quando a letra é autobiográfica a vocalista acha o processo mais interessante. "Me Fodi", uma das poucas melancólicas no terceiro e recente disco do conjunto, "Mira", fala de alguém que decidiu ir embora. "É sobre aquela relação que você saca que esta chegando ao fim e surge o momento da dúvida, de não saber quem acaba. Pela musica dá pra perceber que não fui eu", conta aos risos.

Não é à toa que ao ouvir o álbum a impressão é que cada faixa trata de um relacionamento. As dez foram escolhidas por votação após um metódico processo de criação que incluiu sessões de audição de músicas pop e de MPB —para sair da zona do conforto da banda, o rock. Ainda assim, algumas coisas não mudaram. "Acho que eu o Gadelha temos toque, só pode ser. Todo disco tem que começar com a letra "m" e terminar com uma canção de blues". "Matando o Amor" (2011), "Maiô" (2014) e "Mira" (2015) encerram-se com "Matando o Amor", "Voltar ao Começo" e "Me Fodi", respectivamente e com uma pegada do gênero.

Ensolarado, com letras sentimentais e uma vibe retrô, o novo álbum é um contraponto ao introspectivo "Maiô". "A gente sentiu o peso de 'Maiô' nos shows e foi mudando-o em função de se divertir. No terceiro disco a gente queria se divertir. O Luiz veio 'como a gente vai fazer isso? A gente só faz musica triste'. Mas deu certo", conta.

DoSol Warm Up - Itaú Cultural - sala Itaú Cultural - av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 2168-1776. 249 lugares. Fukai e convidado (Far From Alaska), qui. (9): 20h. Talma & Gadelha e convidado (Camarones Orquestra Guitarristica), sex. (10): 20h. Maíra Salles e convidado (Dusouto), sáb. (11): 20h. Red Boots e Kataphero, dom. (12): 19h. Até 12/4. 80 min. Livre. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108 - convênio). GRÁTIS

OUÇA O DISCO "MIRA"

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