Misto de rock com MPB, banda carioca Baleia prepara disco mais sombrio

Em seu disco de estreia, "Quebra Azul", o sexteto carioca Baleia, que toca no Sesc Belenzinho, neste sábado (18), atira para todos os lados (sonoros) —ainda que o resultado seja coeso.

Tem MPB, toques de folk e de jazz e até rock, categoria na qual o grupo se encaixa. "Não dá pra falar que é aquele rock n' roll e fazer um sinal de heavy metal com a mão, mas acho que é rock", brinca o baterista João Pessanha.

Em processo de criação do segundo álbum, os ensaios do conjunto estão todos voltados para o novo trabalho, mas o show não terá novidades. "Não tem nada pronto, ainda não decidimos um caminho. Seria precipitado", explica.

Ele aposta, no entanto, que o álbum fique mais sombrio. "Queremos colocar uns metais, uns sopros. Eu estou sentindo como algo mais denso, profundo, pesado. As guitarras estão com efeitos, com uma cara da [cantora] St. Vincent. Está mais para 'Breu' do que para 'Casa'", antecipa.

OUÇA "BREU"

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SE VIRA NOS 30

E apesar de a banda estar ansiosa para criar, está com menos tempo do que no início da carreira, que começou com covers de músicas pop, como "What Comes Around Goes Around", de Justin Timberlake.

Isso porque o sexteto se vira nos 30. Pessanha é publicitário. Felipe Ventura (violino e guitarra) toca em casamentos e em um consultório médico, durante check ups. David Rosenblit (piano e teclado) é formado em cinema, mas toca com "umas 14 bandas". Cairê Rego (baixista) é engenheiro de som. Já Gabriel Vaz (voz) é ator e sua irmã Sofia (voz) faz mapa astral.

"A gente nem tem essa pretensão de viver de música. A gente quer ter tempo e dinheiro para realizar nossos sonhos. Não é fácil não, tá achando que é glamour?", diz aos risos

ABRINDO O LOLLAPALOOZA

Falando em arrumar tempo, o conjunto criado em 2010 (e que tinha Maria Luiza Jobim, caçula de Tom Jobim, na sua formação) abriu o Lollapalooza 2015, seu maior show, e curtiu, mesmo que tenha se apresentado para poucas pessoas —já que início de festival é mais vazio.

"Sempre é bom tocar mais tarde, mas têm de se ligar que festival é algo mais extraordinário. Não é um show de teatro. É lugar de espetáculo. As bandas internacionais no Lolla trouxeram um espetáculo melhor do que as nacionais e talvez, por isso, ganhem outro espaço. Mas as bandas brasileiras precisam ter espaço para saber como é ter uma arena cheia", conta.

"OUÇA CASA"

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O saldo é positivo. "Nunca pensei que pudesse passar essa experiencia. Tocar num palco maior que o quarteirão da sua casa e ficar puto porque o Jack White esta atrasando sua passagem de som", diz bem-humorado.

Como perderam 20 minutos com o atraso, os integrantes acabaram fazendo a passagem junto com o público, bebendo cachaça e fumando sobre o palco.

E ele deu o troco. "À noite acabei conseguindo entrar no backstage e dei uma invadida para assistir o show dele do palco. Tomei um esporro da produção, mas já tava meio altinho e aí fui pro outro lado do palco e terminei de ver ali mesmo", lembra aos risos.

Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 392 lugares. Sáb. (18): 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Estac. (R$ 3 e R$ 6). Ingr. p/ sescsp.org.br.

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