'Meu governo decolou faz tempo', diz Haddad; seguimos o prefeito por 1 mês

A capital paulista vive um paradoxo, na visão de Fernando Haddad (PT), 52. "No momento em que está tudo organizado, você tem uma retração [econômica]", disse à sãopaulo, na última segunda-feira (13). Neste ano, a prefeitura chegou a atrasar o pagamento de obras.

Os dias de vacas magras devem se estender com o ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma Rousseff (PT), que enfrenta manifestações nas quais é pedido o seu impeachment. Integrantes do partido da presidente e do prefeito enfrentam acusações de corrupção —o ex-tesoureiro João Vaccari Neto foi preso quarta (15).

Em São Paulo, após um dos protestos, Haddad afirmou defender a reforma política. "Acredito que todo político correto não concorda com o sistema como é hoje. Rejeita." A declaração foi dada em março, mês em que a reportagem acompanhou suas agendas oficiais em 29 ocasiões.

Haddad reclamou da oposição ("dá tristeza"), do atual cenário político ("obscurantista") e disse que um dos desafios é resgatar a confiança do empresariado ("ele faz a roda da economia andar").

Após o aumento de IPTU e da tarifa de ônibus, no início deste ano, e a iminente renegociação da dívida —o que significa mais dinheiro em caixa—, Haddad afirma ter prazer no que faz e anuncia o que diz ser a maior parceria público-privada de iluminação do mundo, cerca de R$ 8 bilhões, com a troca de 600 mil luminárias por lâmpadas de LED.

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SEGUNDA (2)

"Senhor prefeito, onde está o plano de carreira da Guarda Municipal?" O cartaz é sustentado a poucos metros de Haddad, que se prepara para discursar, à noite, na abertura do mês hip-hop, na praça das Artes, região central. Calmo, cumprimenta secretários, grafiteiros, rappers e, por fim, os manifestantes: "Muito bem-vindos". Diz que o projeto reivindicado está na Câmara. Ouve que não está. "Se não está, chegará."

O evento continua.

Parte do movimento hip-hop, o grafite entra no discurso. "Na avenida 23 de Maio não podia nada. Como liga o centro velho ao novo, parecia que era só lugar de branco bem de vida. Só o pessoal do picho ousava intervir. Primeiro, colocamos uma faixa de ônibus. E resolvemos grafitar. Chamamos o pessoal do grafite e falamos: 'Vamos deixar a cidade mais colorida, tem muito prédio cinza'. Tem 50 tons de cinza nesta cidade."

No final do ano passado, de bermuda xadrez e camisa polo, o prefeito participou da repintura de um mural no túnel que conecta as avenidas Paulista, Rebouças e Doutor Arnaldo depois que grafites do local foram apagados sem autorização.

Chegou de bicicleta com a primeira-dama, Ana Estela, pegou uma latinha de spray e desenhou a cabeça do Pato Donald, personagem da Disney.

sãopaulo - Prefeito, o sr. é hipster [moderninho]?
Fernando Haddad - Não sei nem o que é isso. Não saberia te precisar.

"Uma coisa que é importante é que a política não pode mudar a tua vida. Não vou dormir sem ouvir música, não tem hipótese, ou sem ouvir o meu filho tocar violão, sem ouvir minha filha tocar piano.

"Descaracterizar a tua vida em função [do cargo], acho que você sinaliza mal, não poder se sentar numa mesa de bar e ouvir um bandolim, não poder ir a uma peça de teatro e cumprimentar os atores. Você está numa função, mas é membro de uma comunidade."

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TERÇA (3)

Comparece à inauguração de um centro esportivo, feito com o setor privado, em Santo Amaro, zona sul. É aplaudido por um público formado majoritariamente por esportistas. Comenta com o empresário Abílio Diniz: "Eu tinha um professor que dizia que qualquer pessoa com QI de três dígitos teria feito a parceria".

Perto dali, o teatro municipal Paulo Eiró, em reforma, é o próximo destino. Anda pelas obras e experimenta a descida de parte do palco, que funciona como uma espécie de elevador. Dali, lança para jornalistas que aguardavam na parte superior: "Olha, aqui também pode ser utilizado como cisterna". Depois, ri e ergue as mãos: "É brincadeira".

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QUARTA (4)

Compromissos no edifício Matarazzo, sede da prefeitura, preenchem a agenda do prefeito. "Fui o único ministro da Educação que visitou todas as unidades da federação e falavam que eu não saía do gabinete."

sãopaulo - O sr. tem falado com o Lula?
Haddad - Falo com frequência. Sou amigo dele. Toda semana, não. Mas todo mês. Muitas vezes encontro o Lula para jogar conversa fora. Tem grupos de estudo e, às vezes, participo. Às vezes, é conjuntura econômica, às vezes é política. Às vezes, é churrasco no instituto [Lula], em que está proibido falar de política. Depende do dia. É uma pessoa agradável, com quem gosto de me reunir.

O ex-presidente Lula deu broncas no sr., sobretudo no começo do seu governo, sobre ficar no gabinete?
Quem não vai para a rua não gosta do povo, mas quem não gosta do gabinete não gosta de trabalho.

De onde surgiu que não sai do gabinete?
Essas lendas acontecem... Vou te contar um episódio engraçado. No meu bairro [Paraíso, zona sul], passei meses recebendo os parabéns por ter comprado uma cobertura num prédio caríssimo, onde provavelmente não teria dinheiro para pagar o condomínio. Um dia, encontrei o consultor e falei: "Olha, ou você desmente ou passa a escritura. Do jeito que está não dá, só ficar com a fama e não morar". [Salário do prefeito: R$ 24 mil]

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QUINTA (5)

Dia de minimaratona na Mooca, zona leste. Rodeado por vereadores e secretários, visita de paróquia, onde bebe suco de uva, a teatro em obras, onde promete criar uma escola de choro.

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SEXTA (6)

Ipiranga, zona sul. A agenda divulgada pela prefeitura diz que estaria às 9h40 em uma universidade para uma reunião sobre o panorama da dengue. Chega por volta das 10h30. A capital tem 10,6 mil casos confirmados.

A pouco mais de um quilômetro dali, Haddad e uma comitiva de políticos, que incluía vereadores, deputados e o ministro da Saúde, Arthur Chioro, participam da abertura de um hospital, para cirugias mais simples. Um protesto isolado interrompe o discurso do prefeito. "Políticos tinham de ser atendidos pelo SUS, entendeu? Para saberem o que é bom", grita um senhor. Haddad responde: "Querido, estamos entregando um hospital. Vamos celebrar um dia só, viu".

Em fevereiro, no Datafolha sobre os principais problemas apontados pelas população, a saúde liderava o ranking com 15%. Em abril de 2013, aparecia com 19%.

Editoria de arte/sãopaulo

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SEGUNDA (9)

Após um fim de semana sem eventos oficiais, Haddad vai à Vila Clementino, zona sul, para a comemoração dos 25 anos de uma casa que atende a mulheres vítimas de violência.

Ao cumprimentar os presentes, aproveita para cobrar o subprefeito da Vila Mariana, João Carlos Martins: havia um buraco na esquina ali perto.

Discursa e, quando se prepara para concluir, é questionado: e as creches? "Uma das redes [de supermercados] disponibilizou os seus terrenos [para a construção]. Se não houver iniciativas como essas, não vamos dar conta. Uma creche dá para atender 200 crianças. Então, você precisa de 500 para atender a fila atual. É um trabalho insano."

sãopaulo - Quais medidas estão abaixo do esperado para dois anos de governo?
Haddad - Se eu fosse pontuar, diria creche... Estou com uma perspectiva boa para o final do ano. Como provavelmente vamos ter um 2016 com a questão da dívida equacionada, poderei preparar convênios para matrícula do ano que vem, o que não pude fazer no ano passado. Então, posso dar um gás nos convênios e obras, mirando o cenário de 2016.

No final do ano passado, o prefeito admitiu "deslizar para a frente" algumas promessas desta gestão, que se encerra em 2016. No fim do evento na Vila Clementino, é questionado se ouviu o panelaço do domingo (8) em meio ao pronunciamento de Dilma Rousseff na TV. "Eu estava no cinema assistindo Ida [Oscar de melhor filme estrangeiro]."

sãopaulo - Prefeito, no último domingo (12/4), segundo o Datafolha, 100 mil pessoas estavam na Paulista. Como foi o seu domingo?
Absolutamente normal. Almocei na casa das donas do Tenda do Nilo. Depois, não jantei nem tomei café da manhã [risos]. A minha rotina é rigorosamente a mesma. A minha casa é do lado da Paulista. Caminhei com o meu cachorro, andei com a minha esposa pelo bairro de manhã, de tarde.

Como tem visto as reivindicações nessas manifestações, como a volta do regime militar e o impeachment da presidente?
Desde 2008, defendo a tese de que alguma coisa muito esquisita vem sendo gestada no Brasil nos subterrâneos das redes sociais. Essa política menor vem acumulando forças há bastante tempo e ganhando espaço. Articulistas menores hoje têm um prestígio impressionante na esfera pública. Quem diria que em 2015 estivéssemos discutindo temas que já se imaginavam superados, como esse da intervenção [militar]?

Tem a ver com educação formal?
Mas, se pegar a escolaridade dessa pessoa, é alta. Deve ter feito universidade. Apostaria que fizeram educação formal. A Alemanha hitlerista era educada, do ponto de vista que você está perguntando. Temos de precisar de que educação estamos falando. A gente vê motim em presídio e fala: ali ninguém tem ensino fundamental completo. Mas no topo do nazismo todo mundo tinha doutorado.

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TERÇA (10)

Haddad está na praça das Artes, para um encontro com empresários a fim de fomentar parcerias para a criação de creches. O secretário de Educação, Gabriel Chalita, participa. No final, uma mensagem: "Vocês viram que a parceria Chalita e Haddad, até pela origem, tem sempre um plano pronto para lhe atender. Trabalhamos em lojinha, sabemos como atendê-los." A dupla têm ascendência libanesa.

A reunião é um raro momento sem pedidos de selfies ou celulares erguidos para fotografá-lo.

sãopaulo - Nesse dia, o sr. disse que as pessoas ficam obcecadas por alguns temas da cidade, que há picuinha.
Haddad - O debate está contaminado por razões ideológicas, por partidarização excessiva de temas estruturais. Dá tristeza ver a oposição falar o que fala. Fui sete anos ministro da Educação, convivi com a oposição no Congresso e nunca tive dificuldades de diálogo. Aqui, vejo os comentários, os discursos da tribuna... Dá tristeza ver a que ponto chegaram.

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QUARTA (11)

Manhã com caminhada de quase meio quilômetro na avenida Patrocínio Paulista, que recebeu o "Árvores no Asfalto". Da calçada, vê as mudas, no centro da via. O passageiro de um micro-ônibus sai à janela: "Kassab, vai lá no posto de saúde, lá na creche...".

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QUINTA (12)

A visita a uma creche em Perus, zona norte, encerra os compromissos naquela semana.

Editoria de arte/sãopaulo

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SEGUNDA (16)

Volta às aulas após 12 anos. Haddad é professor-doutor do departamento de ciência política da USP. As aulas na pós-graduação são de economia e política da cidade. Ele diz que, até hoje, preenche "professor" na ficha de check-in de hotéis.

sãopaulo - Com tanta coisa para fazer na cidade, não pode despertar críticas?
Haddad - Dificilmente você encontrará algum antecessor meu que tenha trabalhado o tanto que trabalho. Chego às 8h e saio às 20h, todo dia. Muitas vezes, chego em casa e trabalho até as 23h. Não faço absolutamente nada a não ser pensar São Paulo, inclusive quando dou aula.

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TERÇA (17)

Sobe em uma bicicleta, porém não pedala. Encerrada a cerimônia de entrega de um ecoponto no Jabaquara, zona sul, atende a dois alunos que arrumaram uma bicicleta, às pressas, para que posasse segurando a camiseta de um centro acadêmico. A imagem valeria dois pontos numa gincana que premia imagens dos estudantes com celebridades. O próximo alvo deles seria a apresentadora Andressa Urach.

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SEXTA (20)

Repórteres o aguardavam no Tucuruvi, zona norte, para ouvi-lo acerca da decisão da Justiça de suspender a criação de ciclovias, com exceção à da avenida Paulista. Nos dias anteriores não houve agenda nas ruas.

sãopaulo - Custo, falta de projetos, poste no meio, buraco. Qual crítica é válida?
Haddad - A malha está em obras, não está pronta. Por que tem o apoio dos ciclistas? Estão se sentindo mais seguros e isso estimulará as futuras gerações, como acontece na Europa, nos EUA. A cultura do transporte individual motorizado enfrenta dificuldade no mundo... Veja o exemplo da marginal Tietê. Gastou-se R$ 1,5 bilhão e o trânsito é 80% maior. Divide por R$ 200 mil, que é o custo de quilômetro de ciclovia, e vê quanto dá.

À noite, o aniversário da senadora Marta Suplicy (PT). Assim como outros petistas, Haddad não é convidado para a festa.

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SÁBADO (21)

O primeiro sábado do mês de março com evento público. Local: uma quadra no Grajaú, zona sul. Com o microfone em mãos e num tom mais forte que o usual, define como complexa a tarefa de administrar a capital. E assegura colocar, sim, os pés nas ruas. Uma semana antes, Marta dissera que a gestão dele não percorre os bairros.

Editoria de arte/sãopaulo

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SEGUNDA (23)

Passado o domingo de descanso, entra no palácio dos Bandeirantes, zona oeste, onde anuncia com Geraldo Alckmin (PSDB) a assinatura de um contrato para a construção de imóveis no centro. Trocam elogios e dão entrevistas. Haddad responde a quase tudo. Exceções: perguntas sobre críticas da senadora Marta à gestão dele. "Não quero comentar."

sãopaulo - Será mais difícil enfrentar a Marta dentro do PT ou fora?
Haddad - Essa questão é muito desagradável de discutir: um candidato ficar falando de preferências, do que é mais conveniente. Se você tem um bom projeto, tentará convencer as pessoas disso. Agora, é óbvio que são tempos mais turbulentos na política. O desafio do momento é maior, muito maior. As pessoas estão querendo mais e com razão. A política está oferecendo pouco em termos de esperança.

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TERÇA (24)

Haddad senta-se na sala de uma creche em Ermelino Matarazzo, zona leste. Ao responder à pergunta de um morador, queixa-se das críticas às ciclovias. "Quando foram feitas [faixas para ônibus], apanhamos um ano de todas as rádios. Como começamos a fazer a ciclovia, esqueceram a faixa e começaram a falar mal da ciclovia. Então, estamos bolando alguma terceira coisa para pararem de falar mal da ciclovia. Somos bons em criação."

sãopaulo- Qual será o próximo alvo de queixas?
Haddad - Acho que será a coleta seletiva, pelo jeito. Aparentemente, vai haver um levante geral contra sacolinhas e provavelmente as ciclovias fiquem em paz. O nível de oportunismo hoje...

Sua administração ainda será melhor compreendida?
Para toda administração que se proponha mudancista, a consolidação do legado vem com o tempo.

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QUINTA (26)

À noite, não vai a evento na praça das Artes. "O prefeito queria estar aqui, mas não pôde. Está com uma crise de rinite alérgica", avisa Ana Estela Haddad.

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SEXTA (27)

Pela manhã, na Vila Maria, zona norte, diz que será penoso cumprir a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que fixara até 2020 o pagamento de todas as dívidas judiciais da prefeitura. "O mandato inteiro do próximo prefeito será para pagar precatórios." Ouve que isso poderá prejudicá-lo caso seja reeleito. "Não sei se sou candidato ainda."

sãopaulo - No final de abril, haverá reunião do PT municipal. Podemos dizer que Fernando Haddad é candidato à reeleição?
Haddad - Não gosto de conversar sobre essas coisas. Quando era ministro, todo ano tinha esse debate. Eu evitava essa conversa. Acho anti-pedagógico em um ano que não é eleitoral discutir eleição. Não é uma coisa que me ocupe um minuto.

sãopaulo - Se a cidade tiver de cumprir a decisão do STF em relação aos precatórios, quais investimentos podem ser comprometidos?
Para casos específicos, a própria decisão indica ao Congresso que é preciso encontrar uma solução. O caso grave é o de São Paulo. Ninguém pode exigir o impossível para um administrador. Como elevar para 10% ou 12% da receita líquida real o comprometimento com precatórios, hoje em 3%, de um ano para o outro?

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SÁBADO (28)

Numa sala contígua a uma paróquia, no Ipiranga, zona sul, ele explica o processo de seleção dos subprefeitos. Diz nunca ter questionado se o do Ipiranga, ali presente, era filiado a algum partido ou se seria são-paulino, "como deveria ser". Os gritos de "Vai, Corinthians" surgiram imediatamente. "O São Paulo vai dar a volta por cima."

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SEGUNDA (30)

À noite, no saguão da prefeitura, há a abertura de uma mostra. A exposição reúne 50 imagens nas quais personalidades completavam a frase "A homofobia é...". A de Haddad: "Obscurantismo".

"Ter dado uma oportunidade para as pessoas drogaditas sem-teto... Uma coisa é ser drogadito com teto. Outra coisa é ser sem teto. O que as pessoas não toleram é a drogadição sem-teto. A sem-teto é que as pessoas não gostam, e aí tratam como escória. Eu digo não: Não é porque é sem-teto que vai deixar de ter o atendimento de saúde para se recuperar. Aí essa avalanche de críticas. Você pega uma pessoa que é levada à prostituição pela sua orientação sexual, porque não tem escola nem emprego disponível. Então, você está pegando os casos mais limítrofes, do ponto de vista da exclusão social e diz que também são cidadãos. Eu gosto de ir no limite das políticas públicas. Você fazer as pessoas refletirem sobre condições sociais que não suportariam uma hora e as pessoas passam a vida nessa condição."

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TERÇA (31)

Fim de março. Participa de dois eventos abertos, ambos na prefeitura. Num intervalo, comenta ter recebido uma ligação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que a renegociação da dívida bilionária da cidade com o governo federal será postergada.

Editoria de arte/sãopaulo

sãopaulo - Afinal, a renegociação está definida?
Haddad - Não tem mais volta. Antes, discutia-se o que fazer. Agora, está se discutindo quando, em que mês. Em 12 meses, essa questão está resolvida para sempre.

Este início de ano é o mais calmo do seu governo?
São Paulo está vivendo uma situação um pouco paradoxal. Você viveu dez anos [2004 a 2013] com um período muito favorável. E, por incrível que pareça, com tudo ajudando, os investimentos não foram satisfatórios porque São Paulo não aderiu aos programas federais. Num momento em que começamos a equacionar problemas estruturais, há uma retração econômica considerável. É como se São Paulo estivesse no contrapé nos dois momentos.

E este ano de vacas magras?
Desde 2013, vivo tempos de vacas magras. Como vivi tempos de bonança como ministro, você não pode escolher o período histórico: "Ah, só vou na boa". Tem onda boa, tem onda ruim.

Com Plano Diretor, renegociação da dívida e PAC, o sr. pode dizer: 'Agora, meu governo vai decolar'?
Quando você fala isso, desconsidera que o ano passado foi o recorde de investimentos na cidade, R$ 4,3 bilhões. Estou com três hospitais em obras. Entreguei oito hospitais dia e entregarei mais sete até o fim do ano. Estou com 120 equipamentos na área da educação, ou entregues ou em construção. Então, se levar em consideração o passado, já decolou faz tempo.

A entrevista termina. Haddad cumpriria agenda externa, na avenida São João, próxima à prefeitura, e mais tarde iria para a alameda Nothmann, em Campos Elíseos, segundo a agenda oficial.

"Vamos de carro."

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