'Casa dos sonhos tem memórias e amigos', diz presidente da Casa Cor

Baiana, Lívia Pedreira, 59, é jornalista e chegou a São Paulo nos anos 1980 para fazer um mestrado na área de medicina, mas acabou indo trabalhar em uma revista de arquitetura.

"Fui entrevistar o arquiteto [João Batista] Vilanova Artigas e a conversa foi definidora da minha carreira. Decidi que queria trabalhar na área de arquitetura e design."

Pedro Saad / Folhapress
Lívia Pedreira, presidente da Casa Cor, no Jockey Club de São Paulo
Lívia Pedreira, presidente da Casa Cor, no Jockey Club de São Paulo

Este é o primeiro ano dela como presidente da Casa Cor, evento de decoração e design realizado em mais de 20 cidades, inclusive em outros países. Desde 2006 no Jockey Club de São Paulo, a mostra abre as portas no dia 26 de maio e vai até 12 de julho. A expectativa da organização é superar os 120 mil visitantes do ano passado.

sãopaulo - O que há de novo na 29ª Casa Cor?
Lívia Pedreira - Reduzimos o evento porque queremos que os arquitetos tenham condições de fazer um bom trabalho, que as empresas possam mostrar os seus produtos e que as pessoas não saiam de lá com a sensação de que não viram nada. São 76 ambientes, incluindo o serviço de restaurante, bar, café, boulangerie, livraria. Outra novidade é trazer para São Paulo expressões regionais.

De quais Estados haverá representantes nesta edição?
Não temos da região Norte, mas temos David Bastos e Gustavo Jansen, da Bahia, Paola Ribeiro, do Rio, Leo Romano, de Goiás, Pedro Lazaro e Myrna Porcaro, de Minas Gerais, Osvaldo Tenósio, de Alagoas, e Gui Torres, do Paraná.

Por que continuar no Jockey?
É o melhor endereço em São Paulo. Temos segurança, comodidade para estacionar o carro ou ir de bicicleta. A gente vai estimular muito porque a ciclofaixa está aqui na porta. Quem vier de bicicleta pagará meia entrada [o ingresso inteiro custa a partir de R$ 48].

Como os arquitetos estão lidando com a falta de recursos?
Estamos fazendo um evento na era da escassez de recursos, como água e luz, então teremos 100% LED. A intenção é monitorar o consumo com LED e comparar a economia se estivéssemos usando lâmpada incandescente. Os jardins terão plantas que pedem pouca água.

Com a desaceleração da economia, o que muda no comportamento quando se fala em construir?
Talvez a gente viva de uma outra maneira. Tem sempre um ônus, mas creio que esses momentos só nos permitem avançar. Acho que a gente vai ter uma disseminação de construção racional, portanto mais econômica.

Qual seria a casa dos sonhos do paulistano hoje?
Quando cheguei aqui, a casa dos sonhos estava em Alphaville. Vi amigos mudarem porque tinham filho pequeno. Os filhos começaram a crescer e tinham festa em São Paulo. A casa dos sonhos passou a ser um bom apartamento. Hoje, eu diria que a casa dos sonhos é aquela onde você se reconhece, tem as suas memórias, onde pode reunir os amigos —daí a mania das cozinhas integradas e das salas sem tantos compartimentos.

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