Com Irandhir Santos, 'Permanência' tem cenas cheias de silêncios

O silêncio sempre foi um elemento marcante na cinematografia do jovem diretor pernambucano Leonardo Lacca (leia entrevista abaixo), como nos curtas-metragens "Ventilador" (2004) e "Décimo Segundo" (2007).

Em "Permanência", primeiro longa-metragem do cineasta que estreou na quinta (28), esses momentos de quietude também se fazem presentes, quase como se fossem um personagem.

Na trama, que se baseia na história de "Décimo Segundo", o fotógrafo Ivo (Irandhir Santos) sai de Recife e viaja a São Paulo para inaugurar a sua primeira exposição individual.

Na cidade, ele se fica hospedado no apartamento de sua ex-mulher (Rita Carelli), hoje casada com outro homem, o arquiteto Mauro (Sílvio Restiffe), um sujeito arrogante.

Além de seguir sua conturbada relação com a ex, o filme acompanha Ivo vagando pela capital paulista, relembrando acontecimentos da vida e
redescobrindo seu pai.

Contraposições de sentimentos permanentes e efêmeros guiam a obra, um drama em que os silêncios "dizem", como no ditado, mais do que mil palavras —ou, no caso, diálogos.

Informe-se sobre o filme

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LEONARDO LACCA, 32

sãopaulo - Quando você fez o curta "Décimo Segundo", em 2007, já pensava em transformá-lo num longa?
Leonardo Lacca - A ideia sempre existiu. O longa é uma expansão temática do curta, só que cinematograficamente eles são bem diferentes.

Seus filmes têm muitos momentos silenciosos. Por quê?
O silêncio é um componente versátil: ele pode ser de cumplicidade, de tortura, de constrangimento. Eu quis trabalhar com isso, apesar de "Permanência", especificamente, ter uma lista enorme de diálogos também.

Qual será o seu próximo trabalho?
É um longa chamado "Seu Cavalcanti", sobre meu avô, o qual eu filmei durante 12 anos.

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