Alexandre Faria, 41, diretor artístico do Citibank Hall —casa de shows mais citada em pesquisa do Datafolha, acompanha a evolução do espaço, praticamente, desde o seu nascimento. Fundado em 1999, como Credicard Hall, o estabelecimento passou a contar com o empresário em 2000.
A mudança de nome, em 2013, gera confusão. Não por acaso, 20% dos entrevistados citaram o nome antigo, e 6%, o atual no levantamento do instituto de pesquisa. Faria não vê problema e, inclusive, acha positivo o fato de os dois títulos estarem entre os mais lembrados.
Por que o paulistano ainda associa a casa ao antigo nome?
A casa existiu como Credicard Hall por mais de dez anos. Acho ótimo os dois títulos estarem entre os mais lembrados. A mudança veio em 2013, faz pouco tempo. Significa que o nome atual será fixado em breve.
E alguém que queria muito e conseguiu?
Edie Vedder é um deles. O Bob Dylan também. Lidamos com toda a produção. Dylan precisava de um hotel em que as janelas pudessem ficar abertas para ele sentir o cheiro da cidade _e ele não gosta de ar condicionado. A noite ele sai caminhando pelas ruas com uma boina. Ele andou pela rua Augusta na última turnê, por exemplo.
É difícil lidar com os músicos?
Uns são muito legais, outros nem tanto. Em alguns momentos sou envolvido para dar conselhos. Prefiro lembrar dos legais. O Lou Reed tem, no mínimo, dez histórias curiosas em um show (risos). Como por exemplo pedir para mudar a mesa da suíte presidencial onde estava hospedado. Tivemos que arrumar 20 carregadores. Ele tinha que fazer tai chi chuan e yoga antes do show caso contrário não estaria concentrado o suficiente e a mesa no quarto atrapalhava.
Como funciona a política de uso de câmeras fotográficas e de filmagem?
Não pode, né? Mas, hoje, todo mundo tem um celular e não tem mais controle. Quando há risco de facilitar um acidente em um espetáculo de circo, por exemplo, a gente reforça o pedido. Há casos de artistas que pedem para não filmar. A Loreena McKennitt pediu para concentrarem as fotos e filmagens em um determinado momento da apresentação e que, depois, respeitassem as pessoas que querem assistir.