Sou um pizzófilo inveterado. Não fosse o meu cardiologista, eu comeria pizza nas três refeições do dia, sete dias por semana. Mas não qualquer pizza, é claro, já que a minha origem italiana (sobretudo napolitana) e a minha vivência ítalo-paulistana me dão referências fortes do que seja "una buona pizza".
Gosto do molho sem acidez, do recheio levemente abundante, da massa crocante, com os "cornicioni" (bordas) grossos e com ligeiro toque de queimado. É bom que se diga que na Itália massa crocante e recheio farto não são lá muito comuns.
Para satisfazer essas condições, há alguns bons endereços em São Paulo, um dos quais é a Bráz, cujo nome traz um intruso acento agudo ou, para quem gosta do acento, um intruso e indevido "z". "Braz" é grafia antiga, "Brás" é atual; "Bráz" não é nem uma coisa nem outra.
Se o nome é "errado", as pizzas são mais do que certas, perfumadas, com ingredientes de qualidade, servidas num ambiente que tem um comovente ar de passado e simplicidade, como convém a uma "pizzeria" que honre a tradição das que há lá na minha querida Nápoles, na região onde nasceu meu pai.
Pizzaria não é lugar de frescura; é lugar para boas conversas e para a sublimação do olfato, da visão e do paladar. A minha favorita na Bráz? É a castelões, que (prova da delicadeza da casa) homenageia outra boa pizzaria paulistana, a histórica Castelões, que fica no Brás.
R. Sergipe, 406, Higienópolis, região central, tel. 3214-3337. 156 lugares. Seg. a qui. e dom.: 18h30 às 24h. Sex. e sáb.: 18h30 à 1h. Valet (R$ 22). E outros endereços.
MELHOR PIZZARIA (DATAFOLHA E JÚRI)
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