Tirados do canteiro central, relógios digitais irão para calçadas na Paulista

Os 12 relógios digitais instalados no canteiro central da avenida Paulista serão levados para as calçadas ao longo da via. A decisão foi tomada pela Prefeitura de São Paulo depois da construção da ciclovia inaugurada no domingo (28).

Em um primeiro projeto, os relógios iam ser deslocados para a lateral do canteiro. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, havia informado, durante as obras, que os relógios seriam "removidos para sair do alinhamento da bicicleta", mas continuariam no centro da avenida.

Procurada, a prefeitura informou por meio de nota que os relógios foram remanejados para as calçadas "para dar mais conforto aos ciclistas". Diz ainda que, nas calçadas, os relógios não trazem "incômodo ou riscos para os pedestres". "Aquelas calçadas têm, em média, 12 m de largura, enquanto que os relógios ocupam apenas 1,30 m", informa a administração.

Na Paulista, circulam, em média, 1,5 milhão de pedestres por dia.

"A gente tinha um laudo afirmando que não afetava a segurança dos ciclistas, mas acatamos a decisão da prefeitura", diz Ana Célia Biondi, diretora da JCDecaux do Brasil, multinacional responsável pelo consórcio A Hora de São Paulo, que instalou mil relógios na cidade. Ela explica que o relógio fica a 2,10 m do chão, ou seja, um pedestre ou um ciclista não correm o risco de baterem a cabeça.

Segundo a arquiteta Regina Monteiro, conselheira do Defenda São Paulo, por se tratar de mobiliário urbano, deveria ter aprovação da CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), mas isso não aconteceu. "Não é porque a calçada é larga, que podem colocar mais um elemento para competir com o pedestre", diz. "Será mais um elemento interferindo na paisagem urbana, pois na calçada já temos os abrigos de ônibus."

NOVOS LOCAIS

O primeiro relógio na calçada deverá ser instalado esta semana. Outros três devem ficar para julho. Na Paulista só sobrou um, próximo à praça do Ciclista.

Antes de reinstalar os novos relógios, a empresa vai readequar os locais e avaliar as questões técnicas, como a energização, e a legislação, que prevê distância mínima de 200 m entre cada um. Em frente ao Masp não serão instalados novos equipamentos. "O vão-livre será preservado", diz Biondi.

Outras avenidas que possuem ciclovias no canteiro central preservaram os relógios, como Faria Lima, Sumaré e Eliseu de Almeida, todas na zona oeste da cidade. A experiência de relógios na calçada só existe no centro.

Antes do início da construção da ciclovia, a *sãopaulo adiantou que havia a possibilidade de deslocamento dos relógios para a calçada. Na ocasião, porém, a Biondi havia dito que a visualização seria prejudicada. "A altura, o posicionamento e o ângulo foram pensados para serem instalados no canteiro central", disse à época.

A obra da ciclovia da Paulista durou seis meses e custou R$ 12,2 milhões. A previsão de entrega do trecho da Bernardino de Campos é final de julho.

Publicidade
Publicidade