São Paulo tem que preservar prédios com importância histórica, diz arquiteto

A ausência de preocupação com a memória e o processo acelerado de transformação da cidade fazem com que imóveis como a Casa Mário de Andrade e de Guilherme de Almeida sejam raridade na capital paulista.

Segundo o arquiteto e diretor da Escola da Cidade, Ciro Pirondi, São Paulo tem sido encarada como uma plataforma para saciar a necessidade de construir, destruir e construir mais, num processo que arrasa nosso patrimônio cultural.

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Para ele, é preciso preservar mais, não apenas locais de reconhecido valor arquitetônico, como também prédios de importância histórica e imaterial. "São Paulo sofre de mal de Alzheimer", diz o urbanista. "Não é de hoje que nossos líderes, nossos políticos têm esse certo prazer em destruir. E uma sociedade sem memória não é nada."

Para Roberto Pompeu de Toledo, autor do livro "A Capital da Vertigem - Uma História de São Paulo de 1900 a 1954", as várias ondas de desenvolvimento agravaram o processo de descaracterização da cidade. Um fenômeno que não é privilégio de São Paulo.

No Rio, a casa de Machado de Assis, na rua Cosme Velho, foi totalmente descaracterizada e transformada em restaurante. Ali, ao menos há uma homenagem na placa de metal da parede: "Neste local viveu Machado de Assis, de 1883 até sua morte, em 1908".

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