Na semana da Flip, um passeio por casas paulistanas de escritores

A dura poesia concreta das esquinas de Sampa está no conto surreal de João Silvério Trevisan, em que dois sujeitos se encontram no ar enquanto despencam do edifício Itália. Está na crise hídrica do romance futurista "Não Verás País Nenhum", imaginada por Ignácio de Loyola Brandão há mais de 30 anos.

Está no poema "Rua", de Guilherme de Almeida, em que a cidade mastiga os
homens, com "mandíbulas de asfalto, argamassa, cimento, pedra e aço".

Está também fora dos livros, na boemia da Vila Madalena de Marcelino Freire e Marçal Aquino, na biblioteca comunitária do Capão Redondo de Ferréz, nas tartarugas do Mandaqui de Vanessa Bárbara, nos inferninhos do Baixo Augusta de Reinaldo Moraes.

A poesia de São Paulo está nas casas, impregnada nas paredes de tijolo e argamassa que sustentam o teto sobre a cabeça dos artistas. Nas casas daqueles que se foram e nas casas dos que resistem bravamente, enfrentando madrugadas às voltas com suas penas digitais.

Assim, na semana em que os olhos do Brasil (e alguns do exterior) se voltam para Paraty, com sua consagrada festa literária internacional, a sãopaulo faz diferente: perde-se pelas esquinas da megalópole em busca dos resquícios de poesia em imóveis que rescendem literatura.

Confira a seguir um passeio pelos imóveis de escritores na capital paulista.

A fortaleza de Mario

A Mansarda do Poeta

O solar dos Buarque

Araraquara é aqui

Ecos da Tropicália

Sem memória

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