Para fotógrafo de animais, desafio é entender a personalidade de cada pet

O primeiro ensaio fotográfico que Johnny Duarte produziu não lhe rendeu dinheiro. A retribuição foi feita com muito carinho e um focinho gelado. "Eu queria um pitbull, fui visitar o criador e acabei fazendo umas fotos. O dono gostou tanto que me deu o cachorro", conta o fotógrafo.

Até então, tirar fotos era um passatempo do ex-editor de arte de uma agência publicitária. O gosto foi herdado de seu pai, que ganhava a vida clicando cavalos em haras. Duarte o acompanhava nas férias e ajudava na produção, por exemplo, chacoalhando plásticos para atrair a atenção dos animais.

Quando tinha 15 anos, viajou para a Disney e trouxe seu primeiro equipamento semiprofissional. Era 1990 e as máquinas ainda precisavam de filmes. Foi aí que passou de assistente para aprendiz de seu pai. Em 1996, ele finalmente começou a viver de suas fotografias.

Hoje, o criador da agência Foto Animal possui um portfólio extenso. "Minha experiência como editor de arte me ajuda muito, pois hoje lido justamente com esses profissionais", ele avalia. Apesar de dizer que "os cães são seus melhores amigos", Duarte também já fotografou gatos, cavalos, macacos, aves e até tigres. Seus clientes são variados: desde famílias fazendo books com seus pets até embalagens de ração, produtos veterinários e imobiliárias promovendo apartamentos decorados.

Segundo ele, o maior desafio de clicar os animais é entender a personalidade de cada um. "Animal não mente", ele explica. Diferentemente dos humanos, os bichos não conseguem forjar suas expressões. "Alguns são medrosos, outros vão com petiscos, às vezes os donos ajudam."

Para quem quer se aventurar tirando retratos do seu bichinho, ele dá a dica: "O erro principal das pessoas é pegar a câmera e esperar a foto. Isso é a última coisa que deve ser feita." Primeiro, deve-se escolher o lugar, imaginar a tomada e só depois posicionar o animal e fazê-lo reagir".

Segundo ele, as melhores poses são as primeiras. À medida que o tempo passa, os animais se cansam e ficam menos expressivos. O ambiente também deve ser leve: lembre-se que os modelos são sensíveis e conseguem perceber se você teve um dia de cão.

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