Trio instala placas para sinalizar 'praias' da capital paulista

Não estranhe se avistar uma placa com um símbolo de guarda-sol em pleno largo da Batata, na zona oeste paulistana. Ela não está no lugar errado nem você. As tais placas integram o projeto Praia de Paulista, que começou a se espalhar por vias da capital no último dia 19.

"É um registro desse movimento, já iniciado, de ocupação do espaço público", afirma Caio Andrade, 28, um dos autores do plano, que também conta com os publicitários Rafael Ochoa, 25, e Nikola Salim, 24.

"Diziam que praia de paulista era o shopping, mas estamos vendo as pessoas, cada vez mais, indo para as ruas", acrescenta Ochoa.

Pontos de duas regiões receberam as primeiras intervenções. No centro, os escolhidos foram a avenida Paulista, o elevado Costa e Silva e a praça da República. Na zona oeste, a praça Benedito Calixto e o trecho da rua Gonçalo Afonso conhecido como Beco do Batman, além do largo da Batata.

O Museu do Ipiranga, na zona sul, e a praça Roosevelt, na região central, são os próximos alvos.

"Escolhemos locais que já estão sendo ocupados, e os que têm potencial", conta Ochoa, que não frequenta as "praias" tanto quanto gostaria. "As placas servem para eu mesmo repensar como aproveito a cidade."

"O significado de praia não é só areia e mar, mas a sensação de fazer parte de um mesmo ambiente", afirma Andrade. "Claro que a poluição sonora e o visual de uma praia e do Minhocão são diferentes. Mas existe a mesma preparação: protetor solar, sanduíche e canga."

No site do projeto (praiadepaulista.org ), os três reúnem fotos e pedem dicas da próxima "playa". Também é possível imprimir a própria placa.

Eles não pretendem, por enquanto, expandir para outros Estados. "Mas eu adoraria conhecer todas as praias do Brasil que não são praias", brinca Andrade. "As intervenções tiram as pessoas do senso comum, da rotina da cidade", diz Ochoa.

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