Peça sobre a Guerrilha do Araguaia resgata histórias ocultas da ditadura

A maior dificuldade em abordar um assunto tão pungente como a Guerrilha do Araguaia no teatro, de maneira sintética, é "tentar não ser simplista ou melodramática", diz a diretora Georgette Fadel sobre a nova peça "Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos".

O espetáculo estreou neste fim de semana no Sesc Belenzinho e faz parte do projeto Arte - Substantivo Feminino, que segue até abril com uma série de eventos que debatem a mulher na sociedade e nas artes.

Escrito por Grace Passô, o espetáculo conta a história de 12 mulheres que lutaram e morreram durante esse que foi um dos mais violentos conflitos armados da ditadura militar —e que durou entre 1972 e 1975.

Para dar forma à obra, a equipe realizou pesquisas detalhadas e viajou até as margens do rio Araguaia, no sul do Pará, para ouvir relatos de quem presenciou o massacre.

"Histórias soterradas por interesses criminosos devem ser iluminadas, contadas, pesquisadas e reveladas em toda a sua complexidade, sempre", afirma Georgette. A ideia é causar "um lampejo de interesse que possa levar o público, com estudo e curiosidade de cidadãos e seres humanos, a esclarecimentos e, sobretudo, à justiça".

No elenco estão Carolina Virguez, Sara Antunes, Daniela Carmona, Mafalda Pequenino, Fernanda Haucke e Gabriela Carneiro da Cunha —que foi a idealizadora da montagem.

Sesc Belenzinho - sala 1 - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. Sex. e sáb.: 21h30. Dom.: 18h30. Até 31/1. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br.

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