Vontade de alcançar o inalcançavel é mote de mostra em cartaz no MAM

Nas obras expostas em "Natureza Franciscana", a carioca Brígida Baltar registra sua tentativa de coletar a neblina e o orvalho.

Já o paulista Marcelo Moscheta apresenta série fotográfica de uma viagem ao Alto Ártico. Nela, registrou sua tentativa de delimitar, com fitas adesivas sobre o solo, os paralelos e meridianos exatos para o norte, o sul, o leste e o oeste. O GPS pouco confiável em altas latitudes, no entanto, coloca em dúvida a marcação.

A conexão entre homem e elementos naturais norteia a exposição, inspirada em "Cântico das Criaturas", de Francisco de Assis.

"O texto é uma inovação, estabelece uma relação de colaboração entre o ser humano e a natureza", afirma o curador, Felipe Chaimovich.

Entre os artistas, estão o japonês On Kawara e o alemão Wolfgang Tillmans. Todos buscam, de alguma forma, o inalcançável.

O francês Yves Klein (1928-1962), por exemplo, queria desde garoto assinar o céu -associava sua cor ao vazio. Foi essa impossibilidade, de certa forma, que o motivou a criar seu próprio azul, o pigmento que registrou com o nome de "International Klein Blue" e pode ser visto agora na escultura "Vénus Bleue".

Para Chaimovich, que há cerca de 15 anos estuda as relações que embasam a mostra, exibir a peça é como realizar um sonho.

MAM (Museu de Arte Moderna) - Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, tel. 5085-1300. Ter. a dom.: 10h às 17h30 (c/ permanência até as 18h). Abertura: 27/2, às 11h. Até 5/6. Livre. Ingr.: R$ 6 (dom.: grátis). a d i n

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