Após reformas, planetários de SP limitam entrada de crianças

Está mais fácil ver as estrelas em São Paulo. Com a reabertura do planetário do Carmo, reformado depois de nove anos fechado por problemas estruturais, os paulistanos contam agora com duas opções na cidade para conhecer melhor os astros. Além dele, há também o planetário do Ibirapuera, no parque de mesmo nome, reinaugurado em janeiro.

Está mais fácil ver as estrelas em São Paulo, mas nem tanto. Com quatro sessões por dia, sempre aos sábados e domingos —e, no Carmo, também nos feriados—, os planetários têm atraído centenas de visitantes, e alguns acabam ficando de fora.

Os dois programas são gratuitos, com ingressos distribuídos sempre uma hora antes de cada sessão. No Ibirapuera, para as exibições mais procuradas, às 15h e às 17h, a orientação é que os visitantes cheguem com ao menos uma hora e meia de antecedência. No Carmo, o intervalo é ainda maior, de duas horas.

Para se ter uma ideia da procura, já passaram pelo planetário da zona sul, da abertura ao último dia 15, 55.236 pessoas —o suficiente para encher o estádio do Itaquerão, que tem capacidade para receber 48 mil.

As escolas que querem levar seus alunos para entender mais sobre o universo também não enfrentam tarefa simples. A fila para agendar uma excursão chega a quatro meses no Planetário do Carmo; no Ibirapuera, espera-se dois.

A promessa das atrações de aumentar a frequência de sessões em meses de férias escolares (janeiro, fevereiro, julho e dezembro) deve ajudar a reduzir a espera para quem se animou a conhecer os novos planetários.

Quem tem disposição para ir um pouco mais longe (e também para pagar ingresso) pode aproveitar ainda um terceiro espaço, o Parque Científico Sabina, em Santo André. O esforço vale a pena: com duas sessões diárias aos finais de semana, o planetário do ABC é considerado o mais moderno da América Latina. É o único que conta com capacidade de transformar-se, também, em teatro digital 180 graus.

FAIXA ETÁRIA

É preciso ficar atento às restrições de idade das atrações. Os planetários do Carmo e do Ibirapuera só aceitam visitantes com cinco anos ou mais —em Santo André, o limite é apenas uma recomendação, afirma a administração. Por isso, os pais devem levar RG ou certidão de nascimento da criança (que deve ser apresentada junto com os documentos dos pais) para que garantam a entrada.

Em visita da sãopaulo ao Ibirapuera, no final de semana dos dias 14 e 15, monitores avisavam aos adultos sobre o limite de idade. Miguel, 4, que tentou ir ao planetário com a avó, Christiane Teixeira, acabou ficando para fora da atração.

"Na fila, o monitor já me explicou [sobre a limitação]", diz a avó. "Ele foi para o museu Afro Brasil, fez oficinas e se divertiu."

Há, no entanto, casos de aborrecimento com a restrição. A reportagem presenciou as reclamações de algumas famílias que não conseguiram o ingresso por falta de documento que comprovasse a idade dos pequenos —elas não quiseram dar entrevista.

Carlos e Melissa Dias levaram os filhos Lara, 5, e Vítor, 7, para o passeio. Conseguiram entrar, mas dizem que a menina não aproveitou tanto a visita. "Ela não entendeu nada", afirma a mãe. "Quando apresentaram a constelação do guerreiro, ela perguntou se o guerreiro já tinha morrido", diz a mãe.

A restrição surgiu após a reabertura dos planetários, neste ano. No passado, segundo a secretaria do Verde e do Meio Ambiente, responsável pela administração dos espaços, os funcionários dos planetários notavam que as crianças menores de cinco anos demonstravam certa impaciência no escuro em uma sessão que dura de 30 a 40 minutos.

*

Conheça os planetários de São Paulo

Ibirapuera

Com quatro sessões diárias e capacidade para receber 305 visitantes, o planetário demonstra como é o céu da cidade sem fatores urbanos como a poluição luminosa —o excesso de luz da cidade difundida na atmosfera. Atenção para o limite de idade: apenas crianças de cinco anos ou mais podem entrar, e é preciso apresentar RG ou certidão de nascimento (acompanhada de documento dos pais) na bilheteria.

Planetário Prof. Aristóteles Orsini - Pq. Ibirapuera. av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera, região sul, tel. 5575-5425. 320 lugares. Sáb. e dom.: 10h, 12h, 15h e 17h. Em janeiro, fevereiro, julho e dezembro, de ter. a dom.: 10h, 12h, 15h e 17h. 40 min. 5 anos. Retirar ingr. 60 min. antes. Estac. (sistema Zona Azul - portão 3). GRÁTIS

*

Carmo

As apresentações mostram constelações, planetas, tratam de estrelas e buracos negros e do Big Bang, a explosão que deu origem ao universo. Não se esqueça de levar os documentos dos pequenos, já que só é permitida a entrada de crianças com idade a partir de cinco anos. Dica: leve agasalho para não passar frio e chegue com duas horas de antecedência para as sessões da tarde.

Pq. do Carmo Olavo Egydio Setúbal. r. John Speers, 167, Jardim Helian, região leste, tel. 2522-4669. 230 lugares. Sáb. e dom.: 10h, 12h, 15h e 17h. Em janeiro, fevereiro, julho e dezembro, de qua. a dom.: 10h, 12h, 15h e 17h. 30 min. 5 anos. Retirar ingr. uma hora antes. Estac. grátis. GRÁTIS

*

Santo André

Considerado o mais moderno da América Latina, o Planetário e Teatro Digital de Santo André tem apresentações diferentes em cada uma das quatro sessões aos finais de semana. Não há restrição de idade, mas a administração não recomenda a presença de menores de quatro anos. Diferentemente dos outros, cobra entrada, de R$ 10 a R$ 40 (para duas sessões).

Sabina Escola Parque do Conhecimento. trav. da r. Juquiá, alt. do nº 135, Vila Eldízia, Santo André, tel. 4422-2000. 247 lugares. Sáb., dom. e feriados: 13h30 e 16h. 50 min. Idade recomendada: 4 anos. Ingr.: R$ 10 a R$ 40 (Sabina e Planetário; grátis p/ menores de 5 anos e pessoa com deficiência). Estac. grátis.

Publicidade
Publicidade