Ao entrar, siga pelo jardim até chegar ao salão, passe pelo caixa, pelas mesas com casais que conversam baixinho durante o jantar, siga até a porta e desça as escadas. Você chegará a um espaço que em um tanto lembra os "speakeasies", aqueles bares secretos dos tempos de Lei Seca americana. Não é preciso de senha, mas o porão tem luz indireta, sofás vermelhos, um balcão baixo, um pequeno palco para apresentações de jazz e coquetéis no cardápio.
A carta, elaborada por Laércio Zulu, é enxuta. Tem boa parte de clássicos e cinco receitas autorais, como mulata ensaboada, que leva cachaça envelhecida em amburana, rapadura, amaro e suco de laranja, e tea or coffee, com bourbon, chá preto, café, mel e limão.
"É uma mescla de andanças, e eu tento deixar nos copos círculos de influência da coquetelaria, com referências de clássicos e apresentação inspirada no que fazem os bares gringos", diz Zulu.
No Raiz, mais do que inovações nos coquetéis, há algo sobre a relação do bartender com quem está sentado ali. "Nem a receita, nem o produto. Como o balcão é baixinho, a pessoa sente até o cheiro do ingrediente, e se envolve com o universo da coquetelaria."
Para completar, do Jacarandá, restaurante que funciona acima do bar, saem empanadas, lulas chapeadas e bolinhos de cordeiro.
R. Alves Guimarães, 153, Pinheiros, tel. 3083-3003. Qua. a dom., das 18h às 2h. Couvert artístico - R$ 35. Coquetéis de R$ 20 a R$ 29
