Por trás das pequenas cozinhas em tons diferentes, quatro ao todo, há um longo corredor. Ele não aparece na televisão, mas poderia ser a parte preferida do programa para muita gente. São prateleiras e prateleiras de ingredientes em potinhos rotulados, arrozes, especiarias, farinhas, óleos, frutas...
Pois é um reality show de gastronomia, só com "chefs de verdade" cozinhando.
O "The Taste Brasil" estreia em 6 de abril sua terceira temporada, no GNT. A principal novidade é aquela acima: quatro cozinhas, ou seja, quatro mentores. A premiada chef Helena Rizzo (Maní), se une a André Mifano (Lilu), Claude Troisgros (Olympe) e Felipe Bronze (Oro). No programa, cada um tem seu time de três integrantes, selecionados a partir de testes cegos em que provam receitas dispostas em colheres, em dose única.
Com a chegada de Helena, muda a dinâmica principalmente em momentos de decisão. Se antes o terceiro jurado acabava dando o voto de minerva em impasses, agora há empates e eles têm que negociar até o veredicto.
A ida da chef "low profile" surpreendeu até a equipe. "O que eu acho legal é que não temos que usar margarina, é um programa livre e com conteúdo gastronômico", justifica.
Durante a gravação, ela cozinha lado a lado com um dos participantes —o que é até questionado pelos concorrentes e pelo diretor que alerta no ponto "Helena, chama o menino, calibra ele". E a resposta: "Ah, hoje eu preciso cozinhar, dane-se."
"A galera que participa é a que trabalha com a gente. São perfis parecidos com os que temos no nosso dia a dia", diz a chef.
Nos bastidores, todos acompanham os preparos em tempo real. "Adivinha quem vai defumar coisas?" "Isso vai ficar com gosto de ovo." "O que ela está comendo? É jambu?" Poderiam ser falas entre jurados. Mas eram da equipe técnica, que já aprendeu muito sobre cozinha.
Entre os chefs, claro, há também muito assunto. "Eu sou muito caseira, trabalho e vou para casa. Ter essas trocas entre mentores, conversar sobre o gosto, é um estímulo", diz Helena. "Me recicla muito estar com gente jovem, fazendo coisas diferentes e pensando 'gostaria de ter tido essa ideia'", completa Felipe Bronze.
Estar na terceira edição, acredita o diretor Roberto D'Avila, atrai outro perfil de cozinheiro. "Profissionais mais qualificados passaram a se inscrever porque agora têm certeza de que não vão se expor ao ridículo, já conhecem o estilo do programa." "Tem um menino que foi do Lasai [do chef Rafa Costa e Silva, no RJ], superprofissional, que submeteu seu trabalho ao crivo dos mentores." "A primeira temporada foi de experiência para todos nós", diz Claude Troisgros.
Os mentores concordam com a evolução no nível dos cozinheiros nesta temporada —Bronze já convidou três para trabalharem com ele, por exemplo.
"Cozinhar é minha vida, o que eu faço pra viver, seja na TV ou no restaurante. E, no programa, todo o mundo pensa a comida com muito respeito. Isso transparece para quem se inscreve também. É um programa sério, que faz parte da realidade", diz André Mifano.
The Taste Brasil - terceira temporada
QUANDO a partir de 6/4, no GNT