Ex-'Gente Inocente', soprano se apresenta pela primeira vez em concerto da Osesp

Keiny Andrade/Folhapress
Sao Paulo - 15.02.2017 - REVISTA SAO PAULO - Perfil com a soprano Camila Titinger em sua casa para a Revista sãopaulo. Foto: KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
A soprano Camila Titinger em sua casa, em São Paulo

Quando era pequena e fã de "A Bela e a Fera", a paulistana Camila Titinger adorava acompanhar a mãe em seu trabalho. Musicista formada pela Faculdade Santa Marcelina, Carla Titinger é dona de uma agência que fornece grupos musicais para casamentos.

"Um dia, pedi para ela me deixar cantar", lembra Camila. E nesse "um dia", antes de a cerimônia começar, Carla quis fazer a filha feliz e tocou ao piano a música "Edelweiss", do filme "A Noviça Rebelde" (1965). "Quando ela cantou, as pessoas que trabalhavam comigo disseram: 'Ela tem uma voz de cristal", conta a mãe.

De lá para cá, passaram-se temporadas no extinto programa de talentos infantis "Gente Inocente", na Rede Globo, em que Camila figurou dos nove aos 11 anos; uma turnê, na sequência, em que cantou ao lado do padre Marcelo Rossi; dois CDs gravados na juventude, quando sonhava em cantar como Elis Regina (um deles ela ama, o outro, não); muitas idas ao programa do Ronnie Von (com quem dançou valsa em sua festa de debutante); um diploma na Unesp que a fez guinar sua carreira para o canto lírico; estudos de ópera na Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo) e na Academia de Ópera do Theatro São Pedro; apresentações no Theatro Municipal e pelo Brasil; e concursos nacionais e internacionais.

E muita "cara de pau", segundo a própria. "Tem que meter as caras. O 'não' a gente já tem", afirma a soprano, 27, que diz ter cantado na abertura do festival de Bregenz, na Áustria, no ano passado, por se voluntariar. "Uma cantora não quis se apresentar, então falei para a produtora que eu conhecia a música e que, se precisasse de uma soprano, eu estava disposta a cantar."

Escalada, interpretou uma ária do papel de Ofélia, da ópera "Amleto", de Franco Faccio, ao lado da Orquestra Sinfônica de Viena.

"Depois, tive um convite para cantar em 'As Bodas de Fígaro' na ópera de Toulon, na França", continua a soprano. "Foi muito legal, e desencadeou para eu participar do concurso Opera Competition, em Paris, no qual fiquei em terceiro lugar em janeiro."

Agora, a soprano lírica prepara-se para se apresentar pela primeira vez ao lado da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) em quatro noites na Sala São Paulo.

Na próxima quarta-feira (8), ela participa de um concerto especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Nos três dias seguintes, subirá ao palco para o concerto de abertura da temporada da Osesp, que será regido pela maestrina titular da orquestra, Marin Alsop, e terá a participação de outros cantores, como Luisa Francesconi e Leonardo Neiva.

No programa dessas noites estão peças como a nona sinfonia de Beethoven. "Não acreditei quando me chamaram", diz ela sobre o convite para a apresentação ao lado da principal orquestra de São Paulo. "Às vezes fico ansiosa, pensando em qual vai ser o próximo passo. Mas acho que as coisas têm acontecido na hora certa. Exige uma disciplina, saber dosar..."

Para abril, ela foi convidada para cantar as "Bachianas No. 5", em Madrid, na Espanha. "Ganhei esse convite por causa de um concurso que não venci, mas fui finalista", conta a soprano, que chegou à etapa final da competição de canto internacional Neue Stimmen, na Alemanha, em 2013 e em 2015. "Isso é muito melhor que um primeiro lugar!"

Concerto Especial: Dia Internacional da Mulher. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, Qua. (8): 21h, Ingressos em ingressorapido.com.br.

Publicidade
Publicidade