Quarto infantil e brinquedoteca se tornam à prova de machucados com novos projetos

Além do quarto, a engenheira agrônoma Renata Barini, 38, queria que um outro espaço do apartamento, na Vila Nova Conceição (zona sul), fosse especialmente planejado para as gêmeas Marina e Júlia, de 1 ano e meio. A reforma começou durante a gravidez. Em vez de abrir mão do escritório ou do home theater, ela e o marido optaram por um lugar em que as meninas estariam mais integradas ao convívio social da família. E, assim, uma parte da varanda gourmet se transformou em brinquedoteca.

As arquitetas Phaënna de Athayde e Leticia Tomisawa, que já haviam reformado e decorado para o casal o apartamento, de 230 m², planejaram o novo espaço infantil sem destoar do estilo e das cores já presentes. Outra inspiração veio do método educacional Montessori, que valoriza a autonomia da criança, com ambientes desenvolvidos para que brinquem e se movimentem livremente, com segurança. Espécie de "cercadinho chique", a brinquedoteca tem paredes de MDF revestido com fórmica em diferentes cores e alturas, mas sempre baixas, com 1 m no máximo, de forma que as meninas possam ver o lado de fora e serem vistas.

Lá dentro, nichos para os brinquedos estão ao alcance das garotas, que podem escolher com o que brincar e aprender a organizar suas coisas. Um espelho com barra ajuda nos primeiros passos e no reconhecimento do corpo. E colchões e almofadas estão espalhados pelo chão, revestido por um tapete vinílico acolchoado com feltro.

"As meninas ficam muito na brinquedoteca. Logo que acordam, vão lá dar 'bom dia' aos bichinhos de pelúcia. É ótimo quando recebemos amigos com filhos. As crianças conseguem ter um cantinho para brincar sem ficar longe dos pais", diz Renata.

Os fundamentos montessorianos também serviram de base para a reforma que as arquitetas fizeram no apartamento de 90 m² da relações públicas Fernanda Rezende Vidigal, 39, em Pinheiros (zona oeste).

Uma parede foi derrubada e, em vez um quarto pequeno para dormir e outro ainda menor para brincar, as irmãs Bianca, 6, e Flora, 2, ganharam um "quartão".

Em toda a área do lado de dormir, foi instalado um tablado com 27 cm de altura, em MDF coberto por E.V.A. e, sobre ele, os dois colchões. Dessa forma, sem berço ou cama alta, inclusive a caçula já pode se levantar, sem chamar os pais ou correr o risco de se machucar. O tablado evita que os colchões estejam diretamente no chão e, além de dar conforto e acabamento estético, ajuda no aproveitamento do espaço. Há dois gavetões para roupas de cama na frente da estrutura e, sob cada um dos colchões, um alçapão para guardar coisas de uso pouco frequente.

Do lado de brincar, o guarda-roupas, revestido por fórmica branca que funciona como lousa e espelho em uma das portas, tem nichos abertos na parte de baixo, para caixas com livros e brinquedos. Ao centro dessa área do quarto, uma cabana de tecido pendurada no teto reforça a sensação de proteção, aconchego e privacidade nas brincadeiras. "Muitas vezes, quando acordo, escuto as duas já brincando, a mais velha pegou um livro e está lendo para a mais nova dentro da cabaninha", conta Fernanda.

Em outras partes da casa, outras adaptações foram feitas para as meninas. Os móveis da sala possuem bordas arredondadas por segurança. A parede do corredor é uma grande lousa de giz. E o banheiro do casal tem dois chuveiros para um banho em família.

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PROJETOS
Amarelo Arquitetura
Phaënna de Athayde e Leticia Tomisawa
Tel. 3129-8767

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