Bruno Souza, 58, estudou três anos de engenharia mecânica, foi professor de educação física e se tornou, no final das contas, um dos grandes especialistas em café do Brasil —com domínio dos processos que envolvem o trajeto da semente à xícara.
Da quarta geração de uma família de produtores do grão em Campos Altos (MG), ele cresceu em uma fazenda na qual o pai trabalhou até o fim da vida, aos 95 anos, e que hoje está sob seu comando, em revitalização.
A coluna vertebral de seus negócios, porém, é a belo-horizontina Academia do Café, espaço que conjuga cursos, cafeteria e loja.
Ali são vendidos grãos, produtos derivados e apetrechos ligados ao universo da bebida. Referência no setor em Minas, a Academia acaba de abrir a primeira filial em São Paulo, na Vila Madalena. Seu projeto de ser um centro de estudo de café e uma cafeteria que busca educar o consumidor surgiu arrojado na capital mineira em 2014, mas aqui guarda semelhanças com o Coffee Lab, pioneiro do modelo na capital paulista.
| Ayumi Yamamoto/Divulgação | ||
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| Uma das prensas usadas no local |
Expert que acumula uma série de certificados internacionais de degustação, classificação e torra de café, Souza tem na retaguarda sua mulher, Debora, e suas duas filhas, Júlia e Maria. "Lá em casa, parou de mamar no peito, toma leite com café. Leite na temperatura ambiente e um pouquinho de café sem açúcar", lembra Bruno, aos risos.
Júlia, 26, a mais velha, virou instrutora da Specialty Coffee Association e é responsável pela grade de cursos da Academia (de barista, de degustação, de classificação e de torra para diferentes níveis de conhecimento). "Extraído em diferentes métodos, o mesmo café pode variar muito no sabor, e diferentes cafés preparados com o mesmo método também têm diferenças. A gente acha que isso é básico, mas quase ninguém sabe."
Maria, 22, toca o braço do negócio na Europa, com raízes nos Estados Unidos, país onde a família morou por dez anos e no qual montou uma importadora de cafés especiais.
| Ayumi Yamamoto/Divulgação | ||
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| Além da cafeteria, há aulas de degustação no local |
Na Academia são oferecidas amostras avaliadas a cada safra, tanto da fazenda da família quanto de parceiras, como a Barinas, em Araxá. Os cafés podem ser extraídos por diferentes métodos, como na prensa francesa (R$ 9) ou expresso (R$ 7), e servidos ao lado de guloseimas como tapioca, pão de queijo, cuca de banana e bolo de fubá com goiabada.
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ACADEMIA DO CAFÉ
Onde: r. Fradique Coutinho, 914, Vila Madalena, tel. 3032-7842
Quando: seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 12h às 20h