Restaurante Tahin divide-se entre comidas rápidas e receitas elaboradas em Pinheiros

Rafael Roncato/Folhapress
Shish barak, quibe frito e assado, e esfirra do restaurante Tahin, em Pinheiros, com receitas árabes do chef Renato Lopes
Shish barak, quibe frito e assado, e esfirra do restaurante Tahin, em Pinheiros, com receitas árabes do chef Renato Lopes

O ponto onde acaba de nascer o Tahin, em uma área de Pinheiros que vem se movimentando com idas e vindas de restaurantes, já abrigou o extinto Le Petit Trou, do guitarrista Edgard Scandurra, e, mais recentemente, o Oui, agora com casa nova nas vizinhanças.

Seu chef e proprietário, Renato Lopes, também tem estrada: abriu o saudoso Fillipa, à época em que a rua Joaquim Antunes começou a atrair certo frisson, passou pelos árabes Saj e Manish e inaugurou o Cocina Bar y Vino, em atividade na Consolação.

No charmoso e despretensioso Tahin, Lopes volta-se mais uma vez à cozinha mediterrânea. A casa, ainda que pequena, desdobra-se em dois. De um lado, oferece comidinhas rápidas, com serviço informal e a perspectiva de operar também como empório com itens próprios até o fim do mês -bom potencial a ser explorado na cozinha árabe.

Do outro, o menu lista pratos mais elaborados e cumpre sua tarefa de praticar preços contidos. Custa R$ 13, por exemplo, uma porção bem servida de baba ghanoush, que em restaurantes mais clássicos ronda R$ 30.
Das esfihas, sai-se melhor a aberta, de massa folhada, delicada, finíssima e bem assada, coberta por carne (R$ 7). Não fosse as bordas de massa crua, a fechada seria outro acerto, recheada com uma adocicada cebola, feita com vagar no fogo baixo (R$ 6).

A fatuche, salada com folhas, tomate, cebola, rabanete e torradas de pão sírio, conservadas crocantes, ganharia graça se o sumagre, condimento avermelhado e ácido, aparecesse com mais força (R$ 16). O mesmo vale para o charutinho de uva (R$ 24). É gostoso no balanço, servido úmido, recheado com carne moída e arroz, mas pouco aparece das especiarias prometidas (R$ 24).

No fatte, o alho passa batido na coalhada fresca. Aqui, o prato destaca macios cubos de filé-mignon, a ocupar o lugar tradicional do cordeiro, e recebe a companhia de tomate, grão-de-bico e torradas. Estas, chegaram umedecidas e murchas à mesa.

É capaz que o preço suba (R$ 45, mais arroz com aletria) não só pela presença da carne mas também do pinoli, oleaginosa mediterrânea rara, macia e de sabor suave, usado sem parcimônia, uma beleza.
A cafta, carne moída temperada, pode ser moldada em formato de um croquete comprido e grelhada ou servir de recheio para os capeletes do chich barak, cozidos em coalhada
com cebola (R$ 40).

*

TAHIN
ONDE r. Vupabussu, 73, Pinheiros; tel. 3034-2590
QUANDO de seg. a qui., das 12h às 15h e das 19h às 23h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 12h à 0h; dom., das 12h às 22h30 (restaurante); de seg. a sáb., de 11h30 às 23h; dom., das 11h30 às 22h30 (empório)
AVALIAÇÃO regular

Publicidade
Publicidade