'A espera é difícil, mas trouxe minha filha', conta cardiologista que optou pela adoção

Quando tinha 37 anos, a cardiologista Daniele Salas Roda, 44, tentou a inseminação artificial duas vezes –era solteira e queria muito ser mãe. Não deu certo. Aos 39, já casada, tentou novamente. Outra frustração.

"Estava triste e meu marido me perguntou por quê. Falei: 'quero ser mãe!'". Foi quando Luciano, que já tem três filhos biológicos de outro casamento, propôs a adoção.

Daniele iniciou o processo em março de 2015. Foram dois anos e meio de espera que só terminou quando, em setembro passado, ela recebeu a tão esperada ligação: Maria Vitória, de 11 meses, tinha chegado. "Fiquei paralisada. Comecei a chorar ali, na hora."

Pequenina, não se chamava Vitória à toa: nasceu prematura, com 835 gramas. A genitora entrou em depressão e teve trombose. Maria Vitória foi deixada no hospital e só recebeu alta três meses depois. De lá, foi encaminhada para uma família acolhedora, que abrigou a menina até ela ganhar novos pais.

Para a surpresa da médica, cinco casais haviam recusado sua adoção: três viram a foto da bebê e nem quiseram conhecê-la. Os demais a visitaram no abrigo, mas desistiram no meio do caminho. "Por isso, temos tanta certeza de que ela foi feita para nós."

Daniele fez questão de conhecer a família que abrigou sua filha até ser adotada. O casal irá apadrinhá-la. Agora, a cardiologista aguarda a destituição familiar da menina para dar à Maria Vitória um novo registro, desta vez com seu sobrenome.

Enquanto isso, tudo é aprendizado. "Minha filha chegou com 11 meses, mas para mim era uma recém-nascida", diz, emocionada. "Adoção é isso: nasce uma mãe, não importa a idade que a criança tenha."

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A espera é difícil. Mas se não fossem os dois anos e meio esperando, não teria sido a Maria Vitória

Daniele Salas Roda, 44

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