'Transformei a gestação biológica na adotiva', diz paulistana que está fila da adoção

Navegando pela internet, a enfermeira pediátrica Marcília Soares Brito, 32, teve um estalo. Após enfrentar um aborto traumático em 2015, a moradora de Santo André já não cogitava mais uma nova gravidez. E o medo de passar por tudo de novo?

O blog em que ela caiu aleatoriamente mostrou o que parecia ser uma luz: a adoção. Marcília passou a tarde lendo sobre o assunto. Quando seu marido, Ricardo, chegou do trabalho, ela tinha a solução: "a gente vai adotar!". Correu para iniciar o processo. Era uma tarde de primavera em outubro de 2016.

O nome foi incluído na fila da adoção um ano depois. Desde então, a enfermeira está grávida. De uma gestação sem data para acabar. De uma criança que pode nascer com zero ou com até sete anos. Menino ou menina. Negra ou branca. "É claro que fico pensando em quando o telefone vai tocar. Mas vou esperar, estou convicta do que quero."

Para driblar a ansiedade, Marcília criou uma página na internet onde compartilha informações com outras futuras mães. Tatuou no braço um triângulo entrelaçado por um coração –o trilátero representa a criança, a família biológica e os pais adotivos, e o coração os une. Também pediu para uma amiga que é fotógrafa registrar todos os momentos desta fase, incluindo um ensaio de "gestante" que fez com o marido.

Enquanto ele (ou ela) não chega, todas as datas comemorativas, como o Dia das Mães, renovam a esperança de Marcília. "Ser mãe, para mim, é isso: alegria e espera". Alguém duvida?

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Não tenho vergonha de falar da adoção. Transformei uma gestação biológica na gestação adotiva

Marcília Soares Brito, 32

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